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A Rosa Do Povo - 1prt
(anabordin)

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Publicado
em 1945, Rosa do Povo é aclamado por inúmeros setores da crítica literária como
a melhor obra de Carlos Drummond de Andrade, o maior poeta da Literatura
Brasileira e um dos três mais importantes de toda a Língua Portuguesa. Antes
que se comece a visão sobre esse livro, necessária se faz, no entanto, uma
recapitulação das características marcantes do estilo do grande escritor
mineiro.

Desde o seu batismo de fogo em 1928, com a publicação do célebre ?No Meio do
Caminho?, na Revista de Antropofagia, Drummond ficou conhecido como ?o poeta da
pedra?. Ao invés de se sentir ofendido com tal apelido, de origem pejorativa,
acaba assumindo-o, transformando-o em um dos símbolos de seu fazer literário.
De fato, obedecendo a um quê de Mallarmé em sua ascendência (principalmente no
que se refere à idéia de poesia como algo ligado à mineral), a dureza e até a
frieza da pedra marcam a poesia drummondiana, pois ela é dotada não de uma
insensibilidade, mas de uma afetividade contida. Torna-se, portanto, um dos pilares
da poesia moderna (junto de Bandeira e João Cabral), afastando do lugar nobre
de nossa literatura o melodrama, a emoção desbragada, descontrolada e
descabelada que por muito tempo imperaram por aqui.

Dessa forma, vai sempre se mostrar um eu-lírico discreto ao sentir o seu
círculo e o seu mundo até mesmo quando vaza críticas, muitas vezes feitas sob a
perspectiva da ironia. Aliás, essa figura de linguagem é muito comum na
estética do autor, pois pode ser entendida como uma forma torta de dizer as
coisas. Não se deve esquecer que essa qualidade nos remete ao célebre adjetivo
gauche (termo francês que significa torto, sem jeito, desajeitado), poderoso
determinante da produção do autor.

Tal caráter está não só na linguagem (que muitas vezes não tem os elementos
considerados óbvios para a poesia), mas também pode ser encontrado na maneira
deslocada como se relaciona com o seu mundo, o que pode ser justificado pela
sua origem, pois é um homem de herança rural, filho de fazendeiros, que acaba
se encontrando no ambiente urbano (essa mudança de plano é uma característica
encontrada em vários escritores modernistas, o que possibilita afirmar que
Drummond, se não é o símbolo de sua geração, é o representante do próprio
Brasil, que estava se tornando urbano, mas que carregava ainda uma forte
herança rural.).

No entanto, ao invés de esse seu sem jeito tornar-se elemento pejorativo, acaba
por dar-lhe uma potência fenomenal na análise social e existencial. Posto à
margem do sistema, consegue ter uma visão mais clara e menos comprometida pela
alienação dos que se preocupam em cumprir seus compromissos rotineiros. Eis o
grande feito de Rosa do Povo.

Para a compreensão dessa obra, bastante útil é lembrar a data de sua
publicação: 1945. Trata-se de uma época marcada por crises fenomenais, como a
Segunda Guerra Mundial e, mais especificamente ao Brasil, a Ditadura Vargas.
Drummond mostra-se uma antena poderosíssima que capta o sentimento, as dores, a
agonia de seu tempo. Basta ler o emblemático ?A Flor e a Náusea?, uma das jóias
mais preciosas da presente obra.



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