O Estrangeiro
(albert camus)
A temática de Albert Camus sobre a vida é sempre relacionada a não razão de ser.Para esse grande pensador da viagem humana, a vida em si, o homem em suas circunstâncias são encarados como um fato inexplicado e, portanto, absurdo. Em seu livro, o Estrangeiro, o próprio título remete à essa situação. A personagem principal, um parisiense, solitário e comum, possue uma namorada por quem não nutre grandes emoções, como também nêle não há lugar Para emoções em tudo o que observa, pessoas rindo ou chorando, indo e vindo pelas ruas, o trabalho, nada é tocante. sua mãe morre, vai ao enterro, e lá não demonstra qualquer dor, apenas uma sensação de querer estar longe dali.Ela vivia em um asilo próximo a Paris e êle nunca a visitava não porque a detestasse. êle não possuia nenhum sentimento de ódio. Apenas não era imortante ver sua mãe como não era importante ver todas as coisas. Em geral tudo lhe é enfadonho. De volta do enterro faz amor à noite com sua namorada Marie em seu apartamento, cuja vizinhaça não lhe fazia ecos positivos ou negativos. Convidado por sua namorada e por um casal amigos desta, êle vai para uma praia e alí se instala com êles em uma cabana. O sol é forte. Ele sai sozinho para caminhar na orla e, sem saber porque leva um revólver que estava ali em algum lugar da cabana. Sua mente não perguntou de quem era a arma nem porque êle a levava consigo. . Para ele todos os atos e circunstâncias se deviam ao acaso. Nada mais. E é por esse mesmo acaso que êle se vê abordado por uns árabes que investem contra êle. Trava-se uma luta corporal, de vida e morte sem justificação.Cego pela luz do sol, que em tudo lhe ofusca e sempre o ofuscara em outras ocasioes, êle dispara a arma e mata um árabe. Surpreendido, bestificado, sem compreender a razão dos acontecimentos, êle mantém a atitude fleumática que sempre portou em todas as situações de sua vida. Pelo crime vai ao tribunal e lá é acusado de assassino frio e monstruoso. Todas as testemunhas arroladas, vizinhos, pessoas do asilo onde sua mãe havia vivido, evocam diante do juiz, sua indiferença à figura materna, sua ausência de sentimento durante o enterro a não ser o sentimento de enfado. Seus vizinhos o acusam de que no mesmo dia da morte de sua mãe , dia que êle mesmo não sabia qual era, êle fizera amor com sua namorada. Diante de tantas acusações, alí, no tribunal, mais uma vez, o que lhe incomoda são os insetos, o calor local, únicos causadores de seu incômodo É condenado à morte. Não demonstra indgnação e sua perplexidade não o atinge mais que sua indiferença. Como e porque reagir? Morrer jovem ou velho tanto faz. Ser inocente ou culpado tanto faz. Dizer o que de quem? Defender quem de quem? Como? Se é êle o Estrangeiro em si mesmo? O que haveria na madrugada da sua execução isso êle já sabia: o grito de ódio dos assistentes que com razões inconsistentes também são estrangeiros em si próprios.Porque todo o ser humano, para Camus, existe sem razão de ser e a morte em si não pretende explicações. Morrer e viver são meros acasos da condiçao humana.
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