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Sinhá-moça
(Maria Dezonne Pacheco Fernandes)

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Em plena Campanha Abolocionista, no interior de São Paulo,na Fazenda Araruna, morava a família do Coronel Ferreira, homem áspero, que punha o seu direito acima de qualquer outro, considerando os escravos como animais de serviço. Sua esposa, Dona Cândida,o filho Luís,menino fraco e doentio e Sinhá-Moça,bela na aparência e na alma,faziam parte desta família.Ela era o único abrandamento da má vida dos escravos de seu pai. Em momento de grandes injustiças contra os negros, Sinhá-Moça entrava na senzala e os infelizes, tocados pela presença dela, resignavam-se.Certo dia, Sinhá-Moça amanheceu tristonha , pois não suportava mais ver o sofrimento dos negros. Seu pai, querendo saber o motivo da mudança de sua filha, ameaçou chicotear Virgínia, velha mucama,julgando-a culpada. Sinhá-moça,chorando, defendeu a mucama, confessando ao pai os seu ideais pela liberdade dos cativos, com voz altiva. O pai, desgostoso com a atitude da filha, exige que ela não saia mais do quarto . O Frei José,vigário abolicionista da paróquia local, apreensivo com a ausência da família nas reuniões da igreja, e em particular da moça, foi à fazenda. Ao chegar, os negros chorando pediram que o vigário aconselhasse o Coronel para libertar a jovem .O Frei conseguiu convencer o pai da moça e ao partir, segredou à Sinhá-Moça que um dos filhos de Dr. Fontes, o Rodolfo, rapaz rico, formado recentemente em Direito e também adepto dos ideais abolocionistas, estava interessado nela. Na festa do dia de São Paulo,a igreja resplandecia como num dia de Natal. Dr. Rodolfo, encantado, procurou Sinhá-Moça para conversar. Ela,sentindo a aproximação dele,estremeceu. Conversaram sobre a festa e ela pediu para se retirar,pois os pais a aguardavam para ir embora. Ao voltar para a fazenda,o Coronel Ferreira tratou como um animal o escravo colcheiro Justino, irmão de Fulgêncio, o qual enlouquecera devido às surras recebidas na fazenda. Justino desafiava com o olhar frio o fazendeiro , algoz dos negros, e aguardava o momento exato para se vingar. Naquela mesma noite, Sinhá-Moça pressentia que algo ruim aconteceria, porque a noite estava cercada de silêncio e tristeza. De repente, ouviu-se um tiro seco vindo da senzala. O Coronel foi procurar o administrador para saber o que havia acontecido e o encontrou morto no terreiro: era a revolta dos negros em todo o vilarejo.O Coronel , gritando palavras ofensivas aos negros, dirigiu-se à delegacia , afim de trazer escoltas para dispersar os insurretos. No meio do caminho, Justino , junto com outros negros, cheio de ódio e sentindo o gosto da vingança, salta como felino sobre o Coronel, retirando o gatilho das mãos e cravando-lhe o punhal nas esntranhas,fugindo em seguida. Desorientados, os componentes da escolta nada puderam fazer. Neste mesmo momento, no vilarejo, Rodolfo, preocupado com a sua amada, dirigiu-se à fazenda ,temendo pela segurança de Sinnhá-Moça. No caminho, encontrou-se com o Justino,que cego pela vontade de se vingar dos brancos, derrubou Rodolfo e o amarrou no rabo do cavalo, para que fosse arrastado pela mata. Enquanto isso, na Fazenda Araruna, ninguém conseguia repousar. Ouvindo galopes , Sinhá-Moça foi à janela e , percebendo um fardo amarrado no cavalo, foi ver o que era. Para o seu espanto, era Rodolfo banhado de sangue. Sem poder mais esconder o seu amor, ela o limpou e o levou para o quarto . Com muito amor, cuidou dele , fazendo-o sair do vale de morte para a vida. Ele se reestabeceu plenamente com o passar dos dias. O Coronel , muito enfermo no hospital da vilarejo, arrependeu-se dos erros cometidos contra os negros e morreu pedindo-lhes perdão. Rodolfo, já curado, pede Sinhá-Moça em casamento.Justino, após ter sido capturado,agonizava na cadeia pelas surras que levou , algemado e com vermes a lhe comer as carnes apodrecidas pelos ferimentos,servindo de alegria para os escravocratas do vilarejo. Por serem abolicionistas e terem uma alma generosa e elevada, acreditando na igualdade entre homens de raças diferentes, Rodolfo , seu pai e o Frei José juntaram-se aos pensamentos libertários de Sinhá-Moça,implorando absolvição para o Justino. Sinhá-Moça pede ao Juiz de Direito que a presenteie no casamento com o perdão de Justino.. O Juiz de Direito recorre ao Presidente da Província , e na hora exata em que Sinhá -Moça estava lindamente vestida de noiva, ele aparece , presenteando-a com o pedio feito: a absolvição de Justino. Sinhá-Moça era a noiva mais bonita e feliz daquelas redondezas. Escravos viam-lhe beijar o véu, tendo-a como santa. "Agora falta a abolição total de todos os escravos " _pensava ela .Virgínia, sua mucama não acreditava na libertação! Poucos meses após o casamento, a feliz notícia:Sinhá-Moça e Rodolfo seriam pais. Nasceu , então, Maria Camila,bela em formosura e alma, como os pais. Seis anos se passaram e Maria Camila encantava a todos com seus atos de amor e bondade. Em um determinado dia, Sinhá-Moça, sentindo falta da filha,foi encontrá-la conversando com Justino, envelhecido pelos sofrimentos. A menina enxugava as lágrimas do velho Justino com o seu aventalzinho,falando-lhe para não chorar.Sinhá-Moça, preocupada com o velho escravo, confortou-o,afirmando que a liberdade não tardaria. O velho negro, sentindo que não havia mais tempo para ele desfrutar da tão esperada liberdade, sorriu tristemente,dando os seus últimos suspiros. Porém ,ainda no final de sua vida ,pôde ouvir a esperada notícia: naquele dia 8 de abril de 1888 chegara a Liberdade a todos os escravos! Justino, olhando para a menina, sorriu,sentindo-se livre, não só na alma, mas também no corpo,morrendo feliz.
Os dados neste resumo seguem fielmente o livro.



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