BUSCA

Links Patrocinados



Buscar por Título
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Édipo Rei- O Problema E O Pathos
(Sófocles)

Publicidade
Quando se inicia Édipo
rei a cidade de Tebas está sendo assolada por uma peste.
Édipo, agora rei de Tebas, procura resolver o problema que já
se inicia no prólogo. Dialoga com o sacerdote de Zeus, que
acompanhado de cidadãos tebanos, suplica pela salvação
da cidade:
? Pois bem!
Ainda desta vez, poderoso Édipo, amado por todos aqui, a teus
pés te imploramos. Descobre para nós um
socorro(...)Reabilita esta cidade, definitivamente.?
Édipo,
procurando uma solução para o problema que enfrenta a
cidade de Tebas, envia seu cunhado, Creonte, ao Oráculo de
Delfos:
? Envie o
filho de Meneceu, Creonte, meu cunhado, a Delfos, ao templo de Apolo,
a perguntar o que deveria fazer para salvar a cidade.?
O problema
se inicia quando Creonte retorna do Oráculo de Delfos:
? Pois bem!
Eis a resposta que me foi dada em nome do deus. O grande Apolo nos dá
a ordem expressa de limpar a imundice que corrompe este país,
e não deixá-la crescer até que se torne
inextirpável.?
Assim, o
problema vai tomando corpo na tragédia por meio do
questionamento presentes na fala de Édipo:
? Sim. Mas
qual a natureza do mal??
E Creonte
prossegue:
?
Expulsando os culpados, ou fazendo-os pagar assassínio por
assassínio, pois é esse o sangue que mancha nossa
cidade.?
Édipo
intervém:
? Mas qual
o homem de cuja a morte fala o Oráculo??
Creonte
continua:
? Este país
teve outrora por chefe Laio, antes de tu mesmo passares a governar
nossa cidade.?
O problema,
agora sim, entra em cena: uma morte, um parricídio. A cidade
de Tebas estava sendo amaldiçoada por causa de um assassinato
que se encontrado o assassino a cidade seria salva. Então o
problema é este: a morte de Laio. Assim, o verdadeiro problema
se corporifica de vez. Quem é o assassino de Laio? Como
encontrá-lo e puni-lo?
Édipo,
aconselhado por Creonte, manda buscar o adivinho Tirésias que
diz saber quem é o assassino de Laio, só que prevendo a
desgraça que ocorreria se feita a revelação,
recusa-se a falar, sendo, em seguida, acusado de traidor por Édipo:
? Como?
então sabes e nada queres dizer? Não compreendes que
nos trai e põe a perder teu país??
Tirésias,
depois de ser acusado por de traidor e de ser interrogado, revela
quem é o assassino de Laio:
? É
mesmo? Então intimo-te, eu a cumpri a ordem que tu mesmo
proclamaste de não mais falar deste dia em diante a quem quer
que seja, nem a mim nem a estas pessoas, pois fica sabido que és
tu o criminoso que manchara este país.?
Para manter o problema
Sófocles põe dúvidadas quanto ao caráter
de Tirésias presentes nas palavras de Édipo:
? Quem inventou
essa história, Creonte ou tu?(...) Há riqueza, coroa,
saber que ultrapassa todos os outros saberes fazei certamente a vida
invejável; mas quantos ciúmes conservais contra ele
dentro de vós! Se é verdade que, por esse poder que
Tebas pôs em minhas mãos, sem que u jamais pleiteasse,
Creonte, o leal Creonte, o amigo de sempre, busca hoje
sorrateiramente enganar-me, expulsar-me daqui, e para tanto subornou
esse falso profeta, esse grande instigador de intrigas, esse pérfido
charlatão, cujos olhos estão abertos ao lucro, mas
inteiramente fechados para sua arte.
É preciso
investigar e o herói trágico vai à ação.
Porém Édipo não sabe que inquiridor é
também o inquirido, de investigador é também o
investigado; ele é dual.
. Por meio do
encadeamento dos acontecimentos o pathos surge com força
progressiva e se identifica com o problema que investiga e questiona.
Porém, esse pathos não é uno, mas sim diverso e
depende das inúmeras possibilidades que o autor se dispõe
na tragédia. Por isso, várias definições
de pathos. Pathos: paixão( prazer, tristeza, amor, ira), com-
paixão, o que se experimenta, experiência, vivêcia,
sentimento, dor, emoção, sofrimento, estado agitado de
alma, infortúnio, piedade, doença e outras definições.
Com essas variações, o pathos pode ser situado na
tragédia de acordo com as situações que
aparecem. Pode ser confundido com a linguagem lírica,
despertando as paixões, o tom comovente, tocante, patético
como em Édipo rei, confunde-se, mas não se igualam. É
nossa resistência em presenciar o desfecho trágico que
desperta o pathos e sua força atinge a alma do leitor. Na
tragédia Édipo rei, o herói se ver angustiado
pela presença ? ob-cena? da morte, o mundo oculto, não
revelado que estava sempre presente, agora, com a investigação,
é revelado e, num tom patético, misturado com dor e
terror, Édipo vai se descobrindo um parriciada e que cometeu
um incesto:
? Infeliz,
sem suspeitar, temo ter lançado contra mim mesmo, há
pouco, estranhas maldições(...) Há por que
recordar minha miséria?(...) Deuses! Que estranha vergonha
junto ao meu berço!(...) Mas quem fez isso? Meu pai? Minha
mãe? Pelo deuses diz! Oh! Ai de mim! Então no final
tudo seria verdade! Há luz do dia, que eu te veja aqui pela
última vez, já que hoje me revelo o filho de quem não
devia nascer, o esposo de quem não devia ser, o o assassino de
quem não devia matar!
Assim, a
tragédia Édipo rei, através do problema e do
pathos de dos outros elementos que a envolvem, leva o leitor ao mundo
da investigação, a cogitar sobre sua realidade, leva-o
à catarse, à purificação da alma.
Tragédia que comove e seduz o leitor com sua beleza impactante
e que por isso se transformou na mais perfeita das tragédia
gregas.



Resumos Relacionados


- Édipo Rei

- Oedipus Rex

- Antígona

- O Rei Édipo

- Oedipus Rex



Passei.com.br | Biografias

FACEBOOK


PUBLICIDADE




encyclopedia