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Os Olhos Azuis Da Sombra
(Paulo Fernando Craveiro)

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HITLER NA PARAÍBA
 
 
A presença de Hitler em Rio Tinto é absolutamente improvável. Mas do jeito que Paulo Fernando Craveiro a descreve no romance ?Os olhos Azuis da Sombra?, da Editora Nossa Livraria, o leitor chega a admiti-la sob um jogo de palavras criativo e atraente. A maior qualidade da história é exatamente a de conduzir o leitor até a última página, envolvendo-o num clima de mistério e suspense, entremeado de descrições da vida na cidade, dominada por supostos nazistas da maior indústria têxtil do Nordeste, em meados do século XX. São histórias relativamente recentes, pouco exploradas pelos estudiosos e ainda vivas na memória dos mais velhos.
Paulo Fernando Craveiro romanceou acontecimentos, alguns focalizados em jornais da época, tendo a presença de Hitler na Paraíba como fio da meada. Como se sabe, durante a II Guerra Mundial, ardorosos fãs do ditador alemão imitavam-no à perfeição. É possível, portanto, que o imaginário popular nordestino tenha se deixado levar pela eventual presença de personagens que se orgulhavam dessa semelhança.
Mais importante ainda é a saborosa linguagem que o autor desenvolve ao longo do romance. Poeta de reconhecidos méritos, idealiza diálogos e descrições brilhantes. Na contra-capa, por exemplo, o editor João Luiz destaca trecho de narrativa insólita da masturbação masculina. Em outro trecho, o autor conta com suavidade e elegância o gesto carinhoso de duas mulheres alemães cujo desespero quase leva à prática do homossexualismo. Na verdade, elas temiam o ódio que Os brasileiros desenvolviam contra os alemães, e se abraçavam aos prantos, com medo de morrer. As atrocidades do nazismo estavam insuflando o povo brasileiro contra os alemães. O Exército chegou a caçar e perseguir nazistas em Rio Tinto.
O livro reproduz diálogos entre agentes da polícia política e os prováveis nazistas, que eram trazidos da Paraíba para o Recife, a fim de serem interrogados e ameaçados. O senhor é nazista? Apóia os ataques de submarinos a embarcações na costa brasileira? Pretende voltar à Alemanha depois da guerra? Como se trata de romance, os diálogos são imaginários. Mas provavelmente muito próximos dos que ocorreram à época, quando a polícia política pernambucana convocava os alemães na tentativa de identificar supostos núcleos nazistas existentes no Nordeste.
Pela seriedade com que o tema é conduzido, o livro nos remete a episódios ocorridos em várias cidades da Alemanha e a citações históricas pertinentes. Reproduz também fatos ocorridos em Rio Tinto, com autoridade de quem nasceu lá.
Paulo Fernando Craveiro é conhecido em todo o Nordeste como colunista e poeta. Seu livro não obteve ainda o reconhecimento que merece, mas constitui, no mínimo, um delicioso e refinado texto.
 



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