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A Corrosão Do Caráter (iii)
(Richard Sennett)

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Este é o terceiro e último resumo desta pequena série sobre o livro A Corrosão do Caráter de Richard Sennett. Abaixo seguem os últimos tópicos que sintetizam a parte final do livro:
O regime flexível talvez pareça gerar uma estrutura de caráter constantemente em recuperação. Exige-se um senso maior de comunidade, e um senso mais pleno de caráter, do crescente número de pessoas que, no capitalismo moderno, estão condenados a fracassar.8 - As propostas práticas mais convincentes que existe para enfrentar os problemas do novo capitalismo concentram-se nos lugares onde ele opera, por receio de provocar a IBM e ir-se embora de vez, muitas localidades no Vale do Hudson recusaram de contestar a decisão da empresa em devastar a vida de trabalho de cidadãos como os programadores. O lugar tem poder, e a nova economia pode ser restringida por ele.Apenas a contenção é a questão errada. Deve-se perguntar o valor da empresa para a comunidade, como ela serve mais a interesses cívicos que apenas o livro-caixa de lucros e perdas, o objetivo de tornar as empresas melhores cidadãos, embora digno, também tem seus limites.Um país pode constituir uma comunidade quando nele as pessoas traduzem crenças e valores partilhados em práticas diárias concretas. Uma das conseqüências não pretendidas do capitalismo moderno, é que fortaleceu o valor do lugar, despertou o anseio da comunidade. O desejo de comunidade é defensivo, muitas vezes manifestado como rejeição a imigrantes e outros marginais, é quase uma lei universal que o "nós" pode ser usado como defesa contra a confusão e a deslocação. Esse "nós" fictício retornou à vida, como defesa contra uma vigorosa nova forma de capitalismo.Hoje a dependência é uma condição vergonhosa: o ataque à rígida hierarquia burocrática quer libertar estruturalmente as pessoas da dependência; o assumir riscos destina-se mais a estimular a auto-afirmação que a submissão ao que existe, várias economias políticas trata os dependentes do estado com desconfiança de que são parasitas sociais, mais do que desvalidos de fato. A ideologia do parasitismo social é um instrumento no local de trabalho; o trabalhador precisa mostrar que não está Se aproveitando do trabalho dos outros.O contraste entre sucesso e fracasso, achata a realidade. Em muitas sociedades havia pouca vergonha de depender de outras pessoas, onde o fraco precisa do forte, na sociedade indiana e japonesa isso não era humilhação. No mercado moderno de mão-de-obra a maioria trabalha para os outros.A vergonha da dependência tem uma conseqüência prática, corrói a confiança e o compromisso de qualquer empreendimento coletivo. Os laços de confiança são testados quando as coisas dão errado e a necessidade de ajuda se torna aguda. A falta de confiança também pode ser criada pelo exercício flexível do poder. Veja o caso de Rose, sentia-se envergonhada quanto às mulheres mais jovens quando foi trabalhar na parte alta, Sennett não acha que se trata apenas de orgulho ferido.Confiança, responsabilidade mútua, compromisso são palavras do movimento "comunitarismo", que quer fortalecer os padrões morais, exigir dos indivíduos que se sacrifiquem por outros, prometendo que, se as pessoas obedecerem a padrões comuns, encontrarão uma força e realização emocional mútua que não podem sentir como indivíduos isolados, para o autor o comunitarismo enfatiza falsamente a unidade como fonte de força de uma comunidade, e teme erroneamente que, quando surgem conflitos, os laços sociais sejam ameaçados. As pessoas são mais ligadas pelo conflito verbal que pela concordância verbal. Não há comunidade enquanto não se reconhecem diferenças dentro dela.No trabalho em equipe supõe-se que todos partilham da mesma motivação, e é essa suposição que enfraquece a verdadeira comunicação, fortes laços entre as pessoas significam enfrentar com o tempo suas diferenças. A comunidade pejada de conflito é exatamente o que um regime flexível deveria inspirar.Para imaginar comunidades dispostas a enfrentar o novo capitalismo, devemos também pensar na força do caráter. Alguns filósofos franceses buscaram definir a disposição de permanecer na luta estabelecendo distinção entre manutenção de si e fidelidade de si. A manutenção de si é uma atividade mutável, a fidelidade de si, deve ser constante, independentemente do lugar ou idade em que nos encontramos.A grande questão no capitalismo moderno é: "Quem precisa de mim?", isso reduz o senso de que somos necessários, a falta de responsividade é uma reação lógica ao sentimento de que não somos necessários. As redes e equipes enfraquecem o caráter. Há história, mas não narrativa partilhada da dificuldade, e, portanto tampouco destino compartilhado. Nessas condições, o caráter se corrói.Sennett termina dizendo que (2000, p.176): "um regime que não oferece aos seres humanos motivos para ligarem uns para os outros não pode preservar sua legitimidade por muito tempo".



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