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O Imperador Quieto
(VITOR CENTURY)

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O imperador Quieto (Conto surrealista)Quieto foi um imperador romano que chefiou o Estado nos anos 260-261 DC.Disputou o Poder com mais 5 imperadores, entre os quais o imperador Ingénuo. Durante o seu mandato governou com mão de ferro.Tinha sido investido com poderes sobrenaturais. Assim ele acreditava que pela palavra era capaz de fazer cair os braços, as pernas, as orelhas, a língua, os olhos, as mãos, os testículos, o pénis e os pés.Era ele que aplicava a justiça, depois de os seus oficiais o porem ao corrente dos crimes praticados em Roma.A sentença era lida em voz alta, numa praça pública, junto de um pelorinho. O povo colocava-se à volta à espera que o Rei chegasse. Muitas horas antes apinhava-se procurando conquistar o melhor lugar para ver o espectáculo deshumano e bárbaro.Os sentenciados aguardavam dentro de jaulas guardados pelos carrascos que os tinham amarrados previamente; assim expostos à ira ao desprezo e ao escárnio dos populares curiosos e amedrontados que os observavam à distância.Quando chegava o Rei um enorme silêncio abatia-se sobre a praça. De vez em quando ouvia-se os cavalos relicharem.Os oficiais de justiça liam em latim as diversas acusações que pendiam contra os prisioneiros. O Rei escutava sentado e calado.Por fim levantava-se e os réus eram trazidos à sua presença pelos carrascos dois a dois.À sua voz de ?corta? o preso via um membro do seu corpo cair no chão. Os canídeos aproximava-se e dilaceravam os restos.Era um espectáculo grotesco.Uma mãe em estado de desespero correu na direcção do seu filho preso, na ânsia de o ver perdoado O Rei reparou na mulher; mas de uma só voz sua e de uma única palavra pronunciada toda a máscara do prisioneiro se lhe derreteu por completo, incluindo as orelhas. À infeliz progenitora caíram-lhe as pestanas e o cabelo. Os seus crimes tinham sido escutar e transmitir boatos ao povo crédulo e ignorante de Roma.A um outro preso caiu-lhe a língua. Tinha andado a apregoar que o Rei era cruzado e Cristão, quando não o era;a outro caíram-lhe dois braços por ter roubado pães na padaria do Imperador. Um outro caiu-lhe o corpo todo, ficando somente com a cabeça que se afastou da presença do Rei, rebolando como uma bola; o seu crime foi ter-se metido na banheira da Imperatriz. Outro preso ficou sem as pernas: tinha sido visto a saltar o muro da quinta dum General. Um outro ainda ficou sem dois olhos, duas orelhas, o nariz e dos órgãos sexuais. Havia andado a espreitar as filhas do irmão do Imperador. Dum modo geral eram as orelhas ou a língua dos presos que caiam, segundo a natureza do crime praticado e a máscara (cara) dos mesmos. Outra curiosidade: se eram altos as pernas separavam-se do corpo à voz do Imperador; se eram baixos eram os braços que se soltavam do tronco. Aos bisbilhoteiros e intriguistas caia-lhes a língua e os olhos.No fim dos julgamentos vinham cómicos tipo Charlôt, acompanhado de D. Quixote, divertir os espectadores com as suas pantominas variadas. Os carteiristas que se misturavam com o povo para o roubarem eram imediatamente presos pelos carrascos, julgados e condenados na própria praça. Era uma justiça grande em volume, eficaz, rápida e operacional.Este imperador perdeu o seu trono, poucos meses depois de assumir a pasta da justiça. Para o seu lugar foi nomeado o imperador Ingénuo. As sentenças deste foram ainda mais cruéis, cujos relatos, pelo horror que provocaram me dispenso de descrever. O imperador Quieto ao lado dele era extremamente moderadoVITOR CENTURY



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