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Igreja Corrupta
(Leo Huberman)

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O historiador Leo Huberman comentou a prática do clero medieval com relação ao comércio e á cobrança de juros pelos burgueses:"A maioria dos negócios é hoje realizada com dinheiro emprestado, sobre o qual pagam ?se juros. Quando o dono da loja da esquina pretende adquirir coisas novas para seu negócio , vai ao banco tomar dinheiro emprestado. O banco empresta determinada importância , cobrando juros. Estamos tão acostumados a esse pagamento de juros pelo dinheiro emprestado que tendemos a considera ?lo ?natural?, como coisa que tenha existido sempre. Mas não existiu .Houve época em que se considerava crime grave cobrar juros pelo uso do dinheiro . no princípio da Idade Média o empréstimo de dinheiro a juros era proibido por uma potência cuja palavra constituída lei para toda a cristandade.Essa potência era a igreja. Emprestar a juros , dizia ela, era usura, e a era Pecado. A palavra vai em letra maiúsculas porque assim era considerado qualquer pronunciamento da igreja naquela época e um pronunciamento que ameaçasse com a danação eterna que o violavam tinha particular importância. Na época feudal , a influencia da Igreja sobre o espírito do povo era muito maior do que hoje.(...)Naquela sociedade, onde o comércio era pouco e a possibilidade de investir dinheiro com lucro praticamente não existia , se alguém desejava um empréstimo, certamente não tinha por objetivo o enriquecimento, mas precisava dele para viver. Tomada o empréstimo simplesmente porque alguma desgraça lhe ocorrera. Talvez lhe morresse a vaca, ou a seca tivesse arruinado as colheitas. Estava em má situação e necessitava de ajuda. De acordo com o sentimento medieval , a pessoa que , nessas circunstancia , o ajudasse, não deveria lucrar com sua desventura. O bom cristão ajudava o vizinho sem pensar em lucro. Se emprestava a alguém um saco de farinha, esperava receber de volta apenas um saco de farinha, e nada mais. Se percebesse mais, estaria explorando o companheiro o que não se considerava injusto. justo era receber apenas o que se emprestara , nem mais nem menos. (...)A igreja ensinava que, se o lucro do bolso representava a ruína da alma, o bem ? estar espiritual estava em primeiro lugar. (...)Se algum obtivesse numa transação mais do que o devido , estaria prejudicando a outrem, e isso estava errado. Santo Tomás de Aquino, o maior pensador religioso da Idade Média, condenou á ?ambição do ganho? . embora se admitisse, com relutância , que o comércio era útil , os comerciantes não tinham o direito de obter numa transação mais do que o justo pelo seu trabalho. (...)Também não se considerava ético acumular mais dinheiro do que o necessário para a manutenção própria (...) Um autor da época assim se manifestou: ?Quem tem o bastante para satisfaz suas necessidades, e não obstante trabalha incessantemente para adquirir riquezas, seja para conseguir uma posição social melhor, seja para viver mais tarde sem trabalhar, ou para que seus filhos se tornem homens de riqueza e importância todos esses estão dominados por uma avareza , sensualidade ou orgulho condenáveis.?(...)Cobrar juros era totalmente errado dizia a Igreja. Isso é o que ela dizia. O que dizia e o que fazia, porém , eram duas coisas totalmente diferentes .Embora os bispos combatessem e fizessem leis contra os juros , estavam entre os primeiros a violar tais leis . Eles mesmos tomavam empréstimos, ou os faziam , a juros exatamente quando combatiam outros usurários! Os judeus , que geralmente concediam pequenos empréstimos a juros enormes, porque corriam grande risco , eram perseguidos, desprezados em toda a parte como usurários. Os banqueiros italianos emprestavam dinheiro em grande escala , fazendo negócios enormes com a Igreja e freqüentemente , quando seus juros não eram pagos, o próprio Papa ia cobrá ?Los , ameaçando com um castigo espiritual ! Mas a despeito do fato de ser um dos maiores pecadores , a Igreja continuava a criticar os usurários. Sabemos que os argumentos que a Igreja utilizava para criticar a prática da usura era uma contradição entre o que o clero pregava em relação á usura e o que ele próprio praticava.



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