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Criação Da Loucura
(Maria Luiza Lucci Carneiro)

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A CRIAÇÃO DA LOUCURA
Por: jaime nunes mendes

A historiadora Maria Luiza Lucci Carneiro, em seu livro Holocausto: Crime contra a humanidade, afirma que o extermínio dos judeus pelos nazistas deve ser avaliado como uma progressão lógica nas relações entre cristãos e judeus ao longo da história ocidental. Desde que o cristianismo, mais especificamente o catolicismo, tornou-se a religião do Ocidente, o tratamento dado aos judeus tem se caracterizado Por três etapas que se alternam: conversão, expulsão e eliminação. Diz a historiadora que o nazismo nada mais fez do que recorrer a esta prática secular, valendo-se de novos conhecimentos científicos e de nova tecnologia. Até mesmo a imagem estereotipada do judeu foi inspirada em textos que remontam ao século XVI: ?A grande inovação está, realmente, nos argumentos pseudocientíficos e na invenção da Solução final".
Em seu livro Mein Kampf, Hitler defendeu dentre outras aberrações, a eutanásia, apresentada por ele como ?uma bênção para os contemporâneos e a posteridade?. Os indivíduos inferiores, incluindo aqui os doentes mentais, aqueles portadores de ?doenças hereditária?, congênitas ou incuráveis, deveriam ser eliminados para que no decorrer dos anos a Alemanha fosse habitada apenas por pessoas ?nazisticamente? perfeitas. O plano foi colocado em prática de forma sistematizada, e, a partir de 1934, aproximadamente 400 000 alemães foram vítimas de uma lei de esterilização implementada pelo Führer.
Estudiosos, dentre os quais, Robert Jay Lifton, concluiu que havia uma estreita interação entre a ideologia biomédica, a ideologia nazista e a conduta dos médicos que supervisionavam a morte. Dessa forma, a relação entre ciência e nacional-socialismo teve o respaldo de uma suposta ética e estética da exclusão. A beleza ariana deveria prevalecer absoluta. E a Alemanha deveria ser tratada como um corpo doente, cuja cura seria obrigatoriamente o extermínio dos ?vírus? que assolavam a nação. Em 1935 um boletim médico, divulgado pelos meios de comunicação nazista, compara, por exemplo, os judeus ao bacilo de Koch. Todos os que não se enquadravam no ?biotipo? ideal, eram tidos como uma espécie de gangrena que, infiltrada no organismo da nação, deveria ser extirpada. A eutanásia foi apenas uma das inúmeras conseqüências do plano arquitetado por Hitler para purificar a Alemanha.
A arte de um modo geral também serviu como instrumento da ideologia nazista. O cinema, a fotografia, as artes plásticas, a arquitetura e a música, desempenharam relevante papel no plano arquitetado por Hitler para formar a mente das massas. Na música, o reconhecido músico e compositor Richard Wagner, participou diretamente na difusão do anti-semitismo. Para ele, os judeus eram os ?inimigos natos da humanidade e de tudo o que é nobre?. O cinema também foi largamente utilizado pelos nazistas no projeto de ?arianismo? alemão. Era algo bastante comum nos filmes, a utilização do judeu como o vilão e o alemão como o mocinho. A fotografia também era fortemente usada como veículo de propagação do ideário nazista. Heinrich Hoffmann, o fotógrafo oficial de Hitler, dentre outros temas, fotografou o III Reich. A arquitetura (neoclássica) liderada por Speer, do mesmo modo serviu de instrumento para a reconstrução da ?gloriosa nação alemã?. E, finalmente, as artes plástica desempenhou importante função nesse projeto. Varreu-se por toda a Alemanha a chamada ?arte degradada?. Os ideais alemão deveriam ser representados por uma arte pura, que estivesse livre da ?insanidade? de artistas tidos como inferiores. Na escultura, por exemplo, moldavam-se o verdadeiro ariano, o qual deveria prevalecer após a total purificação da nação. O culto ao classicismo fora largamente difundido nas artes.
A propaganda de igual maneira serviu para o arquitetônico plano de Hitler duma Alemanha grande e poderosa. Joseph Goobbels (o ministro da propaganda) contribuiu exageradamente para formar uma mentalidade racista na população alemã. Igualmente, a literatura, a geometria, a matemática, a história, a biologia etc, foram utilizadas em suas variadas formas para arquitetar a grande destruição formulada por Adolf Hitler. Mas, os planos, as decisões, os recursos organizacionais do genocídio foram apenas obra da elite nazista? O historiador Daniel Jonah Goldhagen em sua tese Os carrascos voluntários de Hitler: o povo alemão e o Holocausto, publicada em 1997, defende a idéia de que o genocídio ocorrido na Alemanha não foi um projeto executado apenas por uma liderança nazista. De acordo com esse historiador, o povo alemão participou ativa e voluntariamente do empreendimento. Fica a indagação.



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