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Iracema
(José de Alencar)

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Iracema é o segundo romance da trilogiaindianista de Alencar, composta por O Guarani 1857, Iracema 1865 eUbirajara 1874 ; traz como subtítulo Uma Lenda do Ceará e era,entre os três, o que Alencar considerava o mais perfeito, embora oprimeiro, resultado de uma crítica à Confederação dos Tamoios, deGonçalves de Magalhães, o tivesse notabilizado.Observe a abertura do livro e verifique por que Alencar foi chamado de o poeta do romance . Há, no trecho, musicalidade, cadência da poesia:Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba;Verdes mares, que brilhais como líquida esmeralda aos raios do solnascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros;Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa, para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas.Onde vai a afouta jangada, que deixa rápida a costa cearense, aberta ao fresco terral a grande vela?Onde vai como branca alcíone buscando o rochedo pátrio nas solidões do oceano?Três entes respiram sobre o frágil lenho que vai singrando veloce, mar em fora.Um jovem guerreiro cuja tez branca não cora o sangue americano; umacriança e um rafeiro que viram a luz no berço das florestas, e brincamirmãos, filhos ambos da mesma terra selvagem.A lufada intermitente traz da praia um eco vibrante, que ressoa entre o marulho das vagas:-Iracema !O moço guerreiro, encostado ao mastro, leva os olhos presos na sombrafugitiva da terra; a espaços o olhar empanado por tênue lágrima caisobre o jirau, onde folgam as duas inocentes criaturas, companheiras deseu infortúnio.Nesse momento o lábio arranca d'alma um agro sorriso:Que deixara ele na terra do exílio?Uma história que me contaram nas lindas várzeas onde nasci, à calada danoite, quando a lua passeava no céu argenteando os campos, e a brisarugitava nos palmares.Refresca o vento.O rulo das vagas precipita. O barco salta sobre as ondas e desapareceno horizonte. Abre-se a imensidade dos mares, e a borrasca enverga,como o condor, as foscas asas sobre o abismo.Deus te leve a salvo, brioso e altivo barco, por entre as vagasrevoltas, e te poje nalguma enseada amiga. Soprem para ti as brandasauras; e para ti jaspeie a bonança mares de leite.Enquanto vogas assim à discrição do vento, airoso barco, volva àsbrancas areias a saudade, que te acompanha, mas não se parte da terraonde revoa.O trecho que você acabou de ler é o primeiro capítulo do romance. Observe nele dois aspectos:1. A descrição exuberante da natureza brasileira ou cearense, comoquis o autor ressaltar no prólogo : verdes mares bravios/ alvas praiasensombradas de coqueiros, tipicamente romântica;2. Este capítulo, que abre o romance, sugere as personagens quehabitarão as páginas subseqüentes , sugere também uma grande tristezaquando o nome de Iracema é gritado pelo eco, solitariamente. Talcapítulo é a continuidade do drama final vivido por Martim, o guerreirobranco. Lá, saberemos que o primeiro capítulo é o últimocronologicamente , o que, em termos de estrutura romântica é um passoinovador.Iracema é romance escrito em terceira pessoa, por um narradorpredominantemente observador, outro traço romântico, uma vez que aspersonagens, no Romantismo, estão caracterizadas muito maisexteriormente, como se fossem apenas contorno. O primeiro capítulo seassemelha a uma proposta do que se vai narrar e é no segundo que ahistória realmente se inicia: Martim Soares Moreno, que historicamenteinicia a colonização do estado do Cera em 1603, encontra-se comIracema, a virgem dos lábios de mel , filha de Araquém, da tribo dosTabajaras, guerreiros das montanhas. Ela o flechara quando ele asurpreende no banho. Depois, quebram juntos a flecha da paz e Iracemaleva-o a conhecer sua tribo.Apaixona-se pelo guerreiro branco, mesmo impedida disso porque eraresponsável pela feitura das ervas da Jurema . Araquém, pai de Iracemae pajé da tribo, recebe bem Martim, imaginando que Tupã o tivessetrazido e lá ele permanece, também apaixonado por Iracema até queindispõe-se cotra o chefe da tribo de Iracema, Irapuã. Uma luta entreos dois é interrompida quando chega Poti, também guerreiro branco ,Antônio Felipe Camarão, liderando uma horda de pitiguaras, os senhoresdo litoral.Iracema conduz os dois amigos a uma fuga, foge com Martim. Mas Irapuã,a quem a virgem era prometida, persegue os três e os encontra. Travacom eles uma luta, apoiado pelos tabajaras. Nesse combate, Iracema pedea Martim que não mate seu irmão Caubi; ela mesma salva duas vezes avida do guerreiro branco.Depois de muito lutar, os pitiguaras vencem a luta porque os tabajarasdebandam de medo, o que deixa Iracema infeliz e envergonhada.Iracema fica grávida de Martim. Ele passa a ser, pintado como um índio,Coatiabo, o guerreiro pintado. Mas Martim sente uma grande nostalgia,uma grande saudade da pátria. Martim parte para a guerra com Poti eIracema fica sozinha, tornando-se, então, mecejana, que quer dizer,em tupi, a abandonada. Dele, só guarda a seta e um ramo de maracujá,lembrança, saudade.Retornam Poti e Iracema, mas precisam partir para outra luta. Iracemadiz que vai morrer após o parto. Os guerreiros partem para a guerra.Nasci Moacir que quer dizer, me tupi, o filho da dor. Caubi, irmãode Iracema, vem vê-la: ela está doente e o leite se acaba.Quando Martim retorna da luta, Iracema entrega-lhe o pequeno Moacir,símbolo da miscigenação do branco com o índio, e, muito doente, morre.Ele a enterra sob um coqueiro e, em companhia do filho e um cachorrinhodo mato, parte para Portugal.O coqueiro, onde está sepultada Iracema, a virgem dos lábios de melque tinha os cabelos mais negros do que a asa da graúna, inicia-se acolonização do Ceará.



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