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História Da Sexualidade 2: O Uso Dos Prazeres
(FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 2: o uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Graal, 1984.)

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Nesta segunda parte de História da sexualidade, Foucault modifica o seu projeto original, que era de falar da sexualidade no século XIX e volta à Antigüidade, analisando as práticas existentes em torno do sexo na Grécia Antiga. Foucault não aceita a hipótese repressiva pela qual a sexualidade é reprimida pelo sistema. Para ele, a sociedade capitalista liga prazer e poder. Entender se a mecânica do poder é repressiva depende da forma teórico-metodológica escolhida. Ele afirma que o sexo não foi proibido na Idade Clássica (século XVII). Foucault optou no livro 2 de Historia da Sexualidade por estudar como os indivíduos se reconhecem como sujeitos sexuais, e raciocinou o desejo e o sujeito desejante. O seu projeto, portanto, é a investigação da maneira como se constitui a experiência em que os indivíduos se reconhecem como sujeitos de uma sexualidade que abre para conhecimentos diversos e se articula num sistema de regras e coerções. Sua análise é sobre os homens enquanto sujeitos sexuais produtores de história. Foucault escolheu o viés da hermenêutica de si, ou jogos de verdadeiro e falso onde o ser se constitui como experiência. O uso dos prazeres constitui um campo de apreciação e de escolhas morais e modos de subjetivação dados por modos de sujeição, substância ética e formas de elaboração e teleologia moral. Assim, a obra indica a maneira como o pensamento médico e filosófico, ao longo dos séculos, elaborou esse ?uso dos prazeres? e formulou temas de austeridade sobre quatro eixos: relações com o corpo; relações com a esposa; relações com rapazes; relações com a verdade. Neste último eixo encontra-se a sabedoria; a sexualidade permeia a ligação desejo-verdade. Descobrir no desejo a verdade de si mesmo, pois com ele se remete a atenção a si próprio. Buscar a identidade gera poder. Para Foucault não há sujeito sem a noção de poder. A sexualidade é uma experiência histórica singular que inclui a preocupação moral e o cuidado ético e liga as técnicas de si às práticas em relação a si. A História da sexualidade 2, foi construída seguindo a estrutura da constituição de si, dos jogos de verdade e da interação com as regras de conduta. A problematização feita foi a partir das práticas que envolvem o dito objetos de estudo, ou seja, o simbólico em torno da sexualidade. Para os gregos antigos, o ato sexual era positivo. Já os cristãos o associaram ao mal e passaram a excluir uma série de atitudes, pois viram a queda na infidelidade, no homossexualismo e na não-castidade. Prega-se, a partir daí, a abstenção, a austeridade, o respeito à interdição, de modo que o indivíduo sujeite-se ao preceito cristão em torno do sexo. A homossexualidade era livre na Grécia Antiga e fazia parte dos ritos mantidos por mestres e pupilos em busca da sabedoria. Numa incursão na Idade Antiga, explica-se as práticas de si. Os gregos não tinham instituições para fazer respeitar as interdições sexuais, como a Igreja que surge fundamentada, no século IV, pelo filósofo Santo Agostinho. Eles tinham toda uma técnica de atenção ao corpo, uma dietética voltada para a gestão da saúde, um cuidado de si que influía nas práticas sexuais. Platão se mostra contrário à sujeição do homem ao domínio de Eros (prazer). Os homens gregos escolhiam livremente entre ambos os sexos. O homossexualismo era permitido pela lei e pela opinião, havendo grande tolerância na sociedade em relação a essa escolha. Acreditava-se que o homem não precisava de outra natureza para isso.Um questionamento, entretanto, havia em torno das relações mantidas entre os homens de idades diferentes. A passividade também era mal vista no adulto, com formação moral e sexual. A homossexualidade tinha o seu papel na pedagogia, que significava a condução do aprendiz pelo mestre, homem mais vivido e, portanto, sábio. Na sociedade, a homossexualidade era vista como uma relação aberta, em que configurava-se também o amor. Sem uma instituição que a estabelecesse, a regulação da conduta estava na própria relação. Jáo matrimônio era restrito ao espaço fechado, menos nobre. No campo da conduta amorosa se distingue honroso e vergonhoso. A temperança é a qualidade mais exigida. Aos poucos, acontece o deslocamento do problema dos rapazes para a mulher e do corpo para o desejo. A côrte se transfere para a mulher, ainda inferior. A homossexualidade grega estava ligada a côrte, reflexão moral e ascetismo filosófico. Ou seja, na Grécia o sexo não foi realizado só por prazer. Cedia-se em prol de uma elaboração cultural. Praticava-se o isomorfismo nas relações sexuais e nas relações sociais. Na própria estrutura social entende-se esses usos do corpo, em razão do status inferior da mulher e do escravo, enquanto que os jovens estavam acima deles. Os homens livres podiam se ter, pois se encontravam no mesmo nível, separados pelo fator etário e econômico, que eram, estes sim, os guias para o comportamento. Os gregos pensavam a desigualdade passivo-ativo. Discutia-se o verdadeiro amor e como o universo grego era explicado por mitos ancestrais, um exemplo é a concepção do amor em O Banquete, de Platão. Foucault inicia suas conclusões de Historia da Sexualidade 2 a partir da forma como se exerce o controle da sexualidade na história, sustentando que os gregos se interrogaram sobre o comportamento sexual como questão moral, no século IV, o sexo aparece como prática que leva à perda da substância vital e como corruptor de princípios morais e médicos, como a fidelidade, a temperança e a castidade.



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