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O Rouxinol E O Imperador Da China
(Hans Christian Andersen)

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Histórias são como pessoas - temos que ouvi-las com carinho antes que desapareçam levando consigo seus segredos. E essa que vamos contar é uma delas.
O palácio do Imperador da China era o mais lindo do mundo, construído da mais fina porcelana. Os jardins, com flores maravilhosas, se estendiam a perder de vista terminando em enorme floresta que se prolongava até o profundo mar azul.
Nessa floresta morava um rouxinol cujo canto era tão mavioso que os pobres pescadores até esqueciam de recolher suas redes. Paravam para escutar e exclamavam, embevecidos: ?Céus, como é lindo!?
Visitantes do mundo inteiro vinham admirar a cidade imperial, o palácio, o jardim. Mas, ao ouvir o rouxinol, declaravam que seu canto era mais belo do que tudo. Voltavam aos seus países, escreviam livros sobre a China e dedicavam várias páginas ao rouxinol. Um desses livros chegou às mãos do Imperador que ficou muito espantado por desconhecer totalmente a existência do pássaro-cantor.
Ordenou que o trouxessem imediatamente à sua presença. Queria ouvi-lo.
Foi difícil achar o rouxinol. Só os empregados pobres, que moravam perto da floresta, o conheciam. Quando enfim o encontraram, ele se declarou muito contente por prestar uma homenagem ao Imperador e, à noite, com toda a corte reunida, o pequenino pássaro cinzento cantou melhor do que nunca, arrancando lágrimas de emoção do monarca.
Tão satisfeito ficou o Imperador que lhe deu o cargo de cantor oficial do reino e, assim, todas as noites, o rouxinol entoava lindas melodias para alegrar-lhe o coração.
Certo dia, o Imperador recebeu um presente: um rouxinol de ouro, cravejado de brilhantes e pedras preciosas. Nunca se cansava de cantar, sempre a mesma música, e brilhava como uma jóia. Todos ficaram maravilhados. Quando procuraram o rouxinol verdadeiro, ele tinha voado de volta para a floresta. - Que ingratidão! - disseram, e foi banido do reino por insubordinação. Só os pobres pescadores ainda o ouviam com o mesmo deslumbramento.
Algum tempo depois, estava o Imperador deitado em sua cama de ouro, escutando o pássaro artificial quando, de repente, ouviu um ?Clak, clek, brr!? vindo de dentro do rouxinol. As engrenagens tinham se quebrado! Levaram-no correndo a um mestre relojoeiro que declarou estarem as peças muito velhas, não havia como trocá-las. Agora só poderiam ouvi-lo uma vez por ano.
Cinco anos se passaram e o país mergulhou em tristeza: o Imperador tinha adoecido. Já haviam até eleito um novo governante.
O Imperador ainda vivia, entretanto. Sozinho no seu quarto, ninguém o visitava pois já o julgavam meio morto. O Imperador era assombrado pela Morte que o espiava, usando sua coroa, seu manto e seu cetro. ?Música? - implorava o Imperador. Implorava para que o pássaro de ouro e pedras preciosas cantasse para ele. -?Música, música, para afugentar a Morte?! Mas o pássaro se calava. Não havia ninguém para dar corda nele e a Morte continuava olhando para o Imperador com seus terríveis olhos vazios.
O Imperador agonizava, em silêncio fúnebre, quando, de repente, ouviu-se um canto maravilhoso. Era o verdadeiro rouxinol pousado em um galho de roseira. Ele soubera da doença do Imperador e vinha lhe cantar esperança e força. Enquanto ele cantava, o sangue do doente se pôs a correr mais forte nas veias. A própria Morte, com saudades de seu cemitério, devolveu o cetro, a coroa e o manto e foi embora. E o rouxinol cantou até que o Imperador mergulhasse em um sono profundo e reparador. Na manhã seguinte, quando vieram pegar seu corpo para enterrá-lo, surpreendeu a todos dizendo: ?- Bom dia!?



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