BUSCA



Buscar por Artista
   A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z


Ao Entardescer
(Indisponível)

Mãe! Eu volto a te ver na antiga sala



onde uma noite te deixei sem fala



dizendo adeus como quem vai morrer.



E me viste sumir pela neblina,



porque a sina das mães é esta sina:



amar, cuidar, criar, depois...perder.



Perder o filho é como achar a morte.



Perder o filho quando, grande e forte,



já podia ampará-la e compensá-la.



Mas nesse instante uma mulher bonita,



sorrindo, o rouba; e a velha mãe aflita



ainda se volta para abençoá-la.



Assim parti, e nos abençoaste.



Fui esquecer o bem que me ensinaste,



fui para o mundo me deseducar.



E tu ficaste num silêncio frio,



olhando o leito que eu deixei vazio,



cantando uma cantiga de ninar.



Hoje volto coberto de poeira



e te encontro quietinha na cadeira,



a cabeça pendida sobre o peito.



Quero beijarte a fronte, e não me atrevo.



Quero acordar-te, mas não sei se devo,



Não sinto que me caiba este direito.



O direito de dar-te este desgosto,



de te mostrar nas rugas do meu rosto



toda a miséria que me aconteceu.



E quando vires a expressão horrível



da minha máscara irreconhecível,



minha voz rouca murmurar: "Sou eu".



Eu bebi na taberna dos cretinos,



eu brandi o punhal dos assassinos,



eu andei pelo braço dos canalhas.



Eu fui jogral em todas as comédias,



eu fui vilão em todas as tragédias,



eu fui covarde em todas as batalhas.



Eu te esqueci: as mães são esquecidas.



Vivi a vida, vivi muitas vidas,



e só agora, quando chego ao fim,



traído pela última esperança,



e só agora, quando a dor me alcança



lembro quem nunca se esqueceu de mim.



Não! Eu devo voltar, ser esquecido.



Mas que foi? De repente ouço um ruído;



A cadeira rangeu;é tarde agora!



Minha mãe se levanta abrindo os braços



e, me envolvendo num milhão de abraços,



rendendo graças, diz: "Meu filho", e chora.



E chora e treme como fala e ri,



e parece que Deus entrou aqui,



em vez de o último dos condenados.



E o seu pranto rolando em minha face



quase é como se o Céu me perdoasse,



me limpasse de todos os pecados.



Mãe! Nos teus braços me transfiguro.



Lembro que fui criança, que fui puro.



Sim, tenho mãe! E esta ventura é tanta



que eu compreendo o que significa:



o filho é pobre, mas a mãe é rica!



O filho é homem, mas a mãe é santa.



Santa que eu fiz envelhecer sofrendo,



mas que me beija como agradecendo



toda dor que por mim lhe foi causada.



Dos mundos onde andei nada te trouxe,



mas tu me olhas num olhar tão doce



que, nada tendo, não te falta nada.



Dia das Mães! É o dia da bondade



maior que todo o mal da humanidade



purificada num amor fecundo.



Por mais que o homem seja um ser mesquinho,



enquanto a Mãe cantar junto a um bercinho



cantará a esperança para o mundo!










Passei.com.br | Portal da Programação | Biografias

DESTAQUES NETSABER
- Biografia
- Biografia de Santos Dummont
- Segurança de Computadores
- Apostila de Sociologia
- Enciclopedia em Inglês
- Apostila de Contabilidade Básica
- Receita Federal
- Natal
- Biografia de Van Gogh
- Apostilas de PHP
- RBD
- Biografia de Pablo Neruda
- Papai Noel
- Correios
- Inep
- Biografia de Albert Einstein
- INSS
- Harry Potter
- Apostilas HTML
- Biografia de George W. Bush
- Curso Espanhol
- Gravidez
- Biografia de Benito Mussolini
- Biografia de Adolf Hitler
- Templates HTML
- Câncer
- Câncer de Mama
- Câncer de Pele
- Biografia de Tales de Mileto
- Concursos Públicos
- Vestibulares
- Vestibulinhos
- Primeira Guerra Mundial
- Segunda Guerra Mundial
- Tabagismo
- Cigarro
- Templates Flash
- Nazismo
- Fascismo - Resumo de Livros
- Sexualidade
- Biografia de Tom Jobim
- Drogas
- Apostilas SAP
- Biografia de Tancredo Neves