No Parangolé do Samba
(Francis Hime / Paulo Cesar Pinheiro)
Samba, tem feitiço, tem mandinga
Tem xodó, tem nó, tem ginga
Sempre foi o meu curinga
Sempre foi minha bandeira
Minha voz, minha trincheira
Sempre foi minha maneira
Mais faceira de chegar
Mas prá se chegar no samba
Tem mistério, tem ciência
Tem balanço, tem cadência
Tem que ter malemolência
Pra mexer o tabuleiro
Que tem molho e tem tempero
Só no Rio de Janeiro
No parangolé do samba
Tem malícia e tem molejo
Samba tem, tem sacolejo
Tem na mão a faca e o queijo
Quero ver você sambar.
Samba, tem magia, tem visagem
Tem passado, tem bagagem
Tem ardil, tem malandragem
Tem o pé no cativeiro
Mas tem sangue de guerreiro
Já virou rei do terreiro
Que é o primeiro a se chegar.
Mas pra se chegar no samba
Tem astúcia, tem fineza
Tem que ter delicadeza
Tem que ter a chama acesa
Tem que ter diplomacia
Dengo, manha, picardia
Tem que ter categoria
No parangolé do samba
Porque o samba de primeira
Isso eu falo de cadeira
Aprendi foi na Mangueira
Quero ver você sambar.
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