Gaiteiro, China e Cordeona
(Gaucho da Fronteira e Jaime Caetano Braum)
Ah!Chimarrita chorona
Que te desmanchas pachola
Nesse tranção se descola
Teu berro de redoma
Se meu toque te emociona
Ou destapa teus segredos
Os culpados são meus dedos
Não vai culpar a cordeona
Há muita gente que pensa
Que a gaita é sempre culpada
Entrar pela madrugada
Curtindo um mal de nascença
Tocar cordeona é uma doença
Que pode ser contagiosa
Mas se a chirua é mimosa
Nem vai achar diferença
China, cordeona e gaiteiro
Três ramos do mesmo galho
Cartas do mesmo baralho
Notas do mesmo entrevero
A china é sempre o tempero
Das noites de rancho e lua
E a cordeona continua
Depois que apaga o candieiro
Pra quem conhece o riscado
Cordeona e china são gêmeas
Na verdade duas fêmeas
De soluço aveludado
Que o indio mais aporreado
De jeito nenhum empresta
A gaita é a dona da festa
O tocador é sagrado
E a cordeona é igual a china
Quando se perde em meneios
Nos engana com floreios
E depois que nos domina
Se apaga de relancina
Pois não nasceu pra ter dono
Contrar esse mal de abandono
Não existe medicina
Ah!Chinoquita chorona
Que me desprezas pachola
Me dá um sorriso de esmola
Dessa boa redoma
E fica pra sempre dona
Dos meus anseios e medos
E ao descobrir meus segredos
Podes domar a cordeona.
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