Pouco A Pouco Cai Na Minha
(André Krempel/celeza)
Pouco a pouco cai na minha
Eu tava num bar, bebendo coca-cola
quando vi meu amigo, mas nem dei muita bola;
ele disse que eu precisava conhecer novas pessoas,
me deu o endereço, uma balada bem da boa.
Sentia o meu amigo um pouco diferente,
ele deve ter bebido, vou seguir bola pra frente;
vou procurar o local do endereço,
mas eu tô com medo porque o bairro eu desconheço.
Chegando no lugar, uma casa meio estranha,
todo mundo muito louco, sentado na varanda;
logo que entrei já vieram falar,
você tá sozinho, quer alguém pra te animar.
Apontaram pro lugar que ela estava parada,
toda de branco e eu só espiava;
decidi chegar perto, passo anti passo,
eu não sei o que faço, eu acho que sou cabaço.
Eu a conheci com o coração na mão,
quase nada falei, só senti a emoção;
foi o primeiro encontro e outros vão surgir,
a minha vida mudou e começa por aqui.
Quando eu te via, eu só me entretia,
um vício bom, uma total magia;
você é muito importante pra mim,
com você eu não consigo dormir.
E aos poucos por você, fui perdendo os meus amigos,
me abandonaram por não agüentarem o perigo;
me deram conselhos pra eu tentar te abandonar,
mas eu não consigo nem pensar em te largar.
Mas com você eu não preciso de ninguém,
eu tô sozinho, mas tô me sentindo bem;
perdi o emprego mas o que importa agora,
o que eu quero é te ver a toda hora.
Você é luz que irradia o meu caminho,
é uma estrada, que eu vou seguir sozinho;
falo na cara e tenho nojo de cinismo,
eu tô cego, e estou caindo num abismo.
Tô decadente eu fui para num hospital,
ho, meus deus eu estou passando mal;
logo agora que eu penso em desistir,
é que eu percebo que não tenho aonde ir.
Melhor falar, antes que eu me esqueça,
o nome dela não me sai da cabeça;
mesmo assim, agora estando em ruínas,
a desgraçada se chamava cocaína.....
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