Baile da Boca Entaipada
(Indisponível)
Lá no Rincão do Capeta
Prá adiante de Encruzilhada
Fizeram um baile sem dono
E chamaram “Boca Entaipada”.
Sempre acabava em bochincho
Morria gente a granel
Dá duas, três paletadas
Se vai um índio pro Céu
Eu que não sou assustado
Com peleia não me espanto
Botei as garras no mouro
E me bandeei praqueles cantos
Baile da Boca Entaipada, quem conhece se arrepia
“Despois” que estoura a peleia
O pau pega e não alivia
Na chegada do farrancho
Um cheiro de “porva” queimada
E uns quatro ou cinco peão
Retirando a defuntada
Entrei, tomei uma canha
E de vereda fui dançar
Apartei uma pinguancha
E começamos a se apertar
Roncava uma gaita velha
Com as teclas tudo ensebada
E eu me roçando na china
E deixando ela apaixonada.
Não vê que o dono da china
Era um tal de Neco Beiçudo
Sacou um facão Formiga
E se veio quebrando tudo
Eu que nem sou de oração
Invoquei Nossa Senhora
Dei um coice na parede
O lampião se apagou na hora
E fiz berrar meu “Schimidt”
Num trovejão de dá medo
Desde que inventaram o trabuco
Que eu forcejo só com um dedo
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