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Esboço
((Luiz Tatit))

Cara de palhaço

Pinta de boneco

Pula o tempo todo

Não dá nem uma parada

Parece até ligado

Na tomada

Todo emocionado

Com a própria brincadeira

Qualquer coisinha cai

Na choradeira



Uns dizem que é homem

Outros que é mulher

Dizem que é velho

Por isso pinta a cara

Pinta porque é moço

Pinta porque é velho

Pinta porque é macho

Pinta por capricho

Não é por nada disso

Não é homem, não é mulher

Ele é um bicho



E ele passeia, passeia

Passeia como se fosse um turista

E cumprimenta todo mundo

Que freqüenta a Bela Vista

E mesmo que ele esteja sem dinheiro

Dá uma passadinha nos botecos de Pinheiros

Chega com uma cara que dá pena

Mas é gente muito boa

Lá da Vila Madalena

Sempre sobra um copo de cerveja

Fica tão contente

Mas não quer que ninguém veja

Então procura o centro da cidade

Na Liberdade

Lá ele aparece algumas vezes

Lá os seus amigos são chineses

Canta umas canções em pot-pourri

E o pessoal morre de rir

E no fim da noite

Dá o último giro

No Bom Retiro



Meio delirante

Meio inconseqüente

Muito colorido

Um destaque na paisagem

É todo uma figura

Um personagem

Não adianta perder tempo

Desprezando a sua imagem

Pois nunca ele ligou

Pra essas bobagens



Corpo de moleque

Corpo de borracha

Todo amolecido

Dobra tudo

Nada racha

Dizem que é um esboço

Que é alguém de carne e osso

Dizem que é um colosso

Por dentro e por fora

É gente como a gente

A gente sente

Pois se aperta ela chora



E ele vagueia, vagueia

Vagueia como se fosse um cachorro

Avança, volta um pouco

Chegando até Socorro

Lá ele não conhece muita gente

Então pega a Marginal, o Jóquei Clube

E segue em frente

Gosta de entrar um pouco na USP

Gosta de sentir que é estudante

Mesmo que não estude ele embroma

Com tanta perfeição

Que sempre sai com um diploma

E vem pra casa então todo feliz

Em Vila Beatriz

Tem os seus horários de paquera

Tem o seu lugar no Ibirapuera

Tem o seu amor em Santo Amaro

Que ele encontra pelo faro

E tem um gosto muito próprio

E muito raro



Balança a cabeça

Mexe o coração

Passa pela Penha

Pela Lapa, pelo Brás

E já não sabe bem mais

O que faz

Todo envergonhado

Quando encontra uma criança

Perde o rebolado

Sempre dança



Tido como louco

Fala muito pouco

Pula, gesticula

Flexível, inquebrável

Vai ver que ele é amável

Vai ver, é provável

Vai ver que ele é uma fera

Vai ver que ele devora

Vai ver que cê chegando

Bem pertinho, dando um sopro

Ele evapora










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