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Lisboa menina e moça
(Paulo de Carvalho / Fernando Tordo / Joaquim Pessoa / Ary dos Santos)

No castelo

Ponho o cotovelo

Em Alfama

Descansa o olha

E assim desfaz-se o novelo

De azul e mar

À ribeira encosto a cabeça

Almofada

Na cama do Tejo

Com lençóis bordados à pressa

Na cambraia de um beijo



Lisboa menina moça, menina

Da luz que meus olhos vêem tão pura

Teus seios são colinas, varina

Pregão que me traz a porta, ternura

Cidade a ponto-luz bordada

Toalha a beira-mar estendida

Lisboa menina e moça, amada

Cidade mulher da minha vida



No terreiro eu passo por ti

Mas da graça eu vejo-te nua

Quando um pombo te olha, sorri

És mulher da rua

E no bairro mais alto do sonho

Ponho fado que soube inventar

Aguardente de vida e medronho

Que me faz cantar



Lisboa menina e moça, menina

Da luz que meus olhos vêem tão pura

Teus seios são colinas, varina

Pregão que me traz a porta, ternura

Lisboa do meu amor deitada

Cidade por minhas mãos despida

Lisboa menina e moça, amada

Cidade mulher da minha vida









Na praça da Figueira

Ou no jardim da estrela

Num fogareiro aceso é que ela arde

Ao canto do outono

À esquina do inverno

O homem das castanhas é eterno

Não tem eira nem beira nem guarida

E apregoa como um desafio

É um cartucho pardo a sua vida

E se não mata a fome mata o frio



Um carro que se empurra

Um chapéu esburacado

No peito uma castanha que não arde

Cai a chuva nos olhos

E te um ar cansado

O homem que apregoa ao fim da tarde

Ao pé de um candeeiro acaba o dia

Voz rouca como o trapo da pobreza

Apregoa pedaços de alegria

E à noite vai dormir com a tristeza



Quem quer quentes e boas quentinhas

A estalarem cinzentas, na brasa?

Quem quer quentes e boas quentinhas ?

Quem compra leva mais amor pra casa



A mágoa que transporta

É miséria ambulante

Passeia pela cidade o dia inteiro

É como se empurrasse o outono adiante

É como se empurrasse o nevoeiro

Quem sabe a desventura do seu fado?

Quem olha para o homem das castanhas ?

Nunca ninguém pensou que ali ao lado

Ardem no fogareiro dores tamanhas










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