Última boiada
(Guilherme Rondon e Paulo Simões)
Faz quase um ano que na madrugada
A comitiva se distanciou
Mas pra janela onde alguém chorava
Do seu cavalo ele acenou
Um pouco antes de sumir na estrada
Com seu berrante ele confirmou
A tal promessa de que retornava
E apaixonada ela esperou...
Está pra chegar a data
De aniversário daquele amor
De novo vai ter a festa
Em honra do santo protetor
A moça que nem bebia
Naquela noite se embriagou
Ficaram de tal maneira
Que a lua cheia se encabulou
Mas tanto tempo se passou e nada
Nenhum sinal de vida ele mandou
Só quem espera ser recompensada
Pode sonhar o que sonhou...
Ouviu de tudo e suportou calada
Colheu o fruto do que se plantou
A cada vez que chega uma boiada
Vai logo olhar se ele voltou
Está pra chegar a data
De aniversário daquele amor
De novo vai ter a festa
Em honra do santo protetor
Cansando de tanta prece
Quem sabe o santo se apiedou
E o toque de um berrante
Que vem distante
Ela escutou
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