ACM DIZ QUE INCIDENTE COM SÉRGIO MOTTA ESTÁ ENCERRADO



"Todos cumprimos com os nossos deveres", disse hoje (dia 18) o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, ao final da leitura da carta que o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, lhe enviou esclarecendo o episódio em que se recusou a receber os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB). Os dois parlamentares haviam procurado o ministro quarta-feira (dia 17) para mediar a greve dos empregados da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT).

Conforme o relato dos dois senadores, Sérgio Mottaos encontrou no saguão do ministério e recusou-se a conversar, dizendo simplesmente: "Não falo com os senhores, não trato com os senhores". Entendendo que esse comportamento do ministro atingia o próprio Senado, Suplicy e Ronaldo procuraram o presidente da instituição, Antonio Carlos Magalhães, para comunicar o ocorrido.

Na sessão de hoje, o presidente do Senado disse ter levado o assunto às autoridades competentes, tendo recebido hoje uma carta do ministro. Nessa mensagem, Sérgio Motta disse que foi "extremamente cortês" com os senadores, tendo inclusive se dirigido a Ronaldo Cunha Lima para desculpar-se por não poder recebê-los. Afirmou ter-se despedido dos dois parlamentares com renovados pedidos de desculpas e comunicado que qualquer negociação sobre a greve estava suspensa, visto que sua casa, em São Paulo, tinha sido cercada por grevistas.

Na carta, o ministro também salienta que sempre teve "o maior respeito pelo Congresso", sobretudo por ter sido essa instituição responsável por significativas mudanças na história das telecomunicações brasileiras. E faz um desabafo, dizendo que gostaria de ver as autoridades do país clamarem contra o cerco à sua residência e garantirem os seus direitos individuais e a proteção de sua família.

Encerrada a leitura da carta, pelo primeiro secretário da Mesa, os senadores Ronaldo Cunha Lima e Eduardo Suplicy voltaram a falar, para lamentar o cerco à casa do ministro e sustentar que o importante é chegar-se a uma solução efetiva para o fim dessa greve. E Antonio Carlos Magalhães afirmou que dava o episódio como encerrado.

- Todos cumprimos com os nossos deveres. Os senadores que foram defender causas justas. O presidente, que levou o assunto às autoridades competentes. E agora, com a leitura da carta do ministro, nós podemos dar esse incidente como encerrado - disse o presidente do Senado.

Antonio Carlos Magalhães também elogiou a atuação dos senadores que foram tentar resolver a situação dos grevistas e terminou esclarecendo que o ministro não fechou a porta do elevador na cara dos dois parlamentares, visto que o elevador é automático.

18/09/1997

Agência Senado


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