Agricultura: Laboratório de Carcinocultura beneficia pescadores de Cananéia
Objetivo é cultivar camarões para isca-viva que serão utilizados durante o inverno
O Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Litoral Sul, do Instituto de Pesca, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, desenvolveu uma alternativa para a obtenção de isca-viva na região de Cananéia. Durante o inverno, o setor é comprometido pela diminuição da captura de camarões para isca-viva, afetando o turismo e a subsistência dos pescadores, observa o pesquisador Jocemar Tomasino Mendonça.
Desde abril de 2004, a Instituição realiza pesquisas, sob a coordenação geral de Jocemar, sobre o cultivo das espécies nativas de camarão-rosa, Farfantepenaeus paulensis, conhecido como “ferrinho”, e Farfantepenaeus brasiliensis, como “carijó”, em tanques-rede, para a produção de isca-viva, visando avaliar a eficiência econômica dessa técnica para pescadores artesanais daquela região.
Para o desenvolvimento dessas pesquisas, o Instituto de Pesca adquiria as pós-larvas utilizadas em cultivos experimentais do Laboratório de Carcinocultura da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG), que, por sua vez, realiza pesquisas de cultivo de camarão nativo junto à comunidade de pescadores artesanais do estuário da Lagoa dos Patos, Rio Grande (RS). Esse Laboratório efetua apenas um ciclo de produção de pós-larvas de camarão por ano. Isso limitava a atividade na região de Cananéia, pela ausência de uma produção contínua que pudesse suprir a demanda dos cultivos ao longo do ano, principalmente no inverno, o período mais crítico.
Com base nessa realidade, o Núcleo de Pesquisa do Litoral Sul montou um pequeno Laboratório de Carcinocultura para a produção de pós-larvas, de modo a facilitar o trabalho dos pescadores ao longo de todo o ano. Agora, a ampliação do Laboratório é um dos objetivos do projeto.
No litoral sul do estado de São Paulo há uma intensa atividade pesqueira em estuários direcionada à captura de camarões destinados, em forma de isca-viva, à pesca esportiva e amadora, para a captura de robalo e pescadas, principalmente. A captura de camarões utiliza diferentes artes de pesca, como: gerival, covos e peneiras. Atualmente, a atividade vem comprometendo os estoques do recurso, devido ao uso de petrechos de pesca predatórios, como o cambau e o picaré.
A pesquisadora, Laura Villwock comenta que nos estuários capturam-se camarões em estado juvenil, já que esse crustáceo completa seu ciclo de vida no mar. A produção de camarão no estuário, na forma de isca-viva, ultrapassa 250.000 animais por ano, número ainda insuficiente para suprir a demanda da pesca amadora, o que leva à diminuição do rendimento dos pescadores e do setor de turismo da região ligado à pesca, explica.
Portanto, uma das alternativas para resolver, ainda que parcialmente, o problema é a implantação de cultivos de camarão em tanques-rede (gaiolas) e a capacitação dos pescadores de Cananéia par
12/27/2006
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