Amamentação até 2 anos poderia salvar 1,5 mi de crianças por ano em todo mundo, diz OMS



A amamentação exclusiva até os 6 meses de idade e complementar até os 2 anos poderia salvar a vida de 1,5 milhão de crianças anualmente em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A estimativa é que apenas 35% das crianças com até 6 meses de vida recebam exclusivamente o leite materno.


Na Semana Mundial da Amamentação, que vai até o próximo sábado (7), o órgão divulgou que mais de dois terços das 8,8 milhões de mortes anuais de crianças menores de 5 anos são provocadas pela subnutrição. A doença está associada, inclusive, a práticas de alimentação inadequadas, como a mamadeira, nos primeiros cinco meses de vida.


De acordo com a OMS, aumentar os índices de aleitamento materno é a chave para melhorar a nutrição de crianças em todo o mundo. Os hospitais que receberam o título de Amigos da Criança, segundo o órgão, têm o potencial de oferecer a milhões de bebês um início de vida mais saudável.


No Brasil, uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em 2008, revela que os bebês nascidos nessas instituições mamam por um período maior do que as crianças nascidas em outras maternidades. Atualmente, 335 hospitais brasileiros têm o título, conferido pela OMS em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).


Em relação aos bebês que mamaram na primeira hora de vida, o índice foi de 71,9%, nos hospitais Amigo da Criança, enquanto entre as crianças nascidas em outras maternidades a taxa foi de 65,6%. Essa diferença de 6,3% representa cerca de 190.000 crianças que estão sendo beneficiadas a cada ano com a prática.


Em bebês com até seis meses, 50% dos bebês nascidos em hospitais Amigo da Criança, foram alimentados somente com leite materno. Nas outras maternidades, esse índice foi de 46%. Depois dos seis primeiros meses de vida da criança, devem ser incluídos, na dieta dos pequenos, os alimentos complementares como frutas, legumes, cereais e carnes. E a amamentação deve ser mantida até os dois anos ou mais.


A pesquisa consultou pais ou responsáveis de mais de 120 mil crianças menores de um ano de 254 municípios, incluindo todas as capitais e o Distrito Federal. 


As instituições que adotam a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) precisam cumprir os Dez Passos Para o Sucesso da Amamentação, que incluem a capacitação de toda a equipe que presta atendimento integral às mães durante e após o parto. 


Como observa a coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Elsa Giugliani, pesquisas internacionais comprovam a importância do contato pele a pele durante a primeira hora de vida. Segundo ela, a amamentação na primeira hora de vida pode reduzir em até 22% o índice de mortalidade neonatal. 


O leite materno é considerado pela OMS como o alimento ideal para recém-nascidos e crianças pequenas. Ele é seguro e oferece ao bebê todos os nutrientes que precisa para um desenvolvimento saudável, além de conter anticorpos que protegem as crianças de doenças comuns na infância.


Campanha

Idealizada pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA), a campanha ocorre desde 1991 em todo o mundo. Este ano, o tema escolhido para a semana é a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) e a sua importância para a criança, a mãe, a família e o próprio hospital. Desde 1992, o Ministério da Saúde vem incentivando a implementação da IHAC em todo o País, com o apoio do Unicef. 



Fonte:
Agência Brasil 
Ministério da Saúde



13/08/2010 01:35


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