Arthur Virgílio critica baixo crescimento econômico do país



O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) criticou, em discurso nesta quinta-feira (1º), o fraco desempenho da economia brasileira em 2006, crescimento de 2,9%, afirmando que a comparação dos resultados do atual governo com outras gestões e com outras economias do mundo "é contundente".

Arthur Virgílio salientou que o crescimento médio do PIB global foi de 4,8% no ano, destacando que o Leste Europeu e Europa Central cresceram 5,4% em média; os países em desenvolvimento da Ásia avançaram em média 6,3% e os países da América do Sul, América Central e Caribe, exclusive o Brasil, 4,4%.

- Em 2007, novamente o Brasil será o patinho feio do ranking da expansão mundial. Em dois dos quatro anos de Lula isso ocorreu. No continente só ganhamos do Haiti, mergulhado em guerra civil. Numa lista de 34 emergentes, cuja média de crescimento é de 5,5%, o Brasil amarga a última colocação, atrás até do Paraguai - lamentou.

Ao fazer uma análise dos fatores que determinaram o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o senador afirmou que o setor externo contribuiu negativamente na composição do PIB do ano passado.

O aumento das importações em 2006 em 18%, alimentadas pela relação cambial atual, e a perda de dinamismo das exportações impediram que o crescimento da economia fosse 50% maior, em 2006, afirmou o senador. Na sua avaliação, não fosse a contribuição negativa do setor externo (menos 1,4%), o PIB teria crescido 4,2% no ano passado.
Mesmo depois do "mini-crash" em Xangai, disse o senador, os dólares internacionais "estão ainda pujantes, e vêm se banquetear" com a taxa de juros paga no Brasil.

- A enxurrada de moeda americana torna as exportações mais caras e as importações mais apetitosas - disse.

O senador afirmou que, "além dos desacertos" no câmbio e nos juros, o governo nada fez - ou fez muito pouco - para incentivar o investimento produtivo no país. O Brasil, frisou, investe anualmente cerca de 1% do seu Produto Interno Bruto em infra-estrutura, quando seria necessário aplicar o triplo disso só para manter os serviços mais ou menos no estado atual e atender às necessidades geradas pelo crescimento da economia a uma taxa de 2% ao ano.

Alguns observadores, afirmou Arthur Virgílio, consideram que há um movimento de desindustrialização em marcha no país, notadamente nas áreas automobilística, têxtil, de vestuário e de calçados, afetando a indústria e a geração local de empregos. A indústria de transformação, recordou, cresceu apenas 1,9% no ano, freando ainda mais o PIB.

O senador fez questão de ressaltar que não acredita em intervenção no câmbio, mas que é preciso que a economia em geral construa as condições para uma relação de câmbio mais favorável às exportações. Ele acrescentou que não acredita em exportação apenas lastreada em câmbio, mas sim em competitividade da economia e em mais agressividade na busca por mercados.

O senador recebeu apartes de apoio dos senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e Mão Santa (PMDB-PI).



01/03/2007

Agência Senado


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