Arthur Virgílio desafia o ministro José Dirceu a medir forças no Senado



O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), desafiou o ministro chefe da Casa Civil José Dirceu a medir forças políticas com o Senado. Para ele, o ministro tem demonstrado arrogância ao lidar com os temas em debate no Congresso e quer mostrar um poder que já não teria. Virgílio referia-se, conforme disse, a entrevista recente do chefe da Casa Civil, a seu ver, em tom arrogante.

- Vou responder agora a José Dirceu. Cale a boca e não se manifeste mais nesse tom em relação ao Congresso. Quero colocar de maneira tranqüila uma advertência ao governo. Podem até aprovar alguma coisa no Senado contra a nossa vontade. Mas vamos nos colocar, caso o ministro siga querendo fingir exercer um poder que não tem - alertou o senador.

Ele advertiu que o PSDB irá obstruir e usar todos os meios legítimos para impedir a aprovação de matérias que sejam de interesse do governo, se prevalecer a postura do ministro José Dirceu.

- O governo é humilde antes das votações, pedindo o apoio do PSDB, é desesperado durante as votações, e é arrogante depois, dizendo que fez sozinho o que não fez. Mas o ministro José Dirceu, essa figura stalinista fora de moda, engula o que estou dizendo. Ele não manda no Congresso, não é articulador político e não controla o PSDB e a oposição - continuou, ressaltando que o ministro não poderia tratar dos temas em tramitação na Casa.

Em aparte, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) ponderou que, como cidadão, o ministro tem o direito de tratar de qualquer tema, ainda que não possa impor nada ao Congresso. Virgílio acatou a observação do parlamentar baiano, -até para não se igualar a José Dirceu-, mas reafirmou sua disposição de enfrentar o governo nas votações no Senado, caso o ministro permaneça com a -postura ditatorial-.

Ao responder à líder do PT, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), que defendeu o governo das acusações, Virgílio disse que o PSDB tem cooperado na votação das matérias de interesse do governo, mas que seu partido é integrado por pessoas que -têm sangue nas veias, têm altivez-. E reafirmou que essa postura mudará a partir de agora.

- Caiu a gota d"água nas relações com o ministro José Dirceu. Estou avisando de maneira muito firme. Se ele quiser ajudar o governo, mantenha-se calado, não finja que manda - declarou.



27/05/2004

Agência Senado


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