Brasil está mais preparado para enfrentar a nova crise financeira global, diz Mantega



O ministro da Fazenda, Guido Mantega, alertou, nesta terça-feira (22), que o mundo está diante de uma nova crise financeira, que afetará todos os países. Entretanto, o Brasil está mais preparado para enfrentá-la do que em 2008.  “Hoje temos quase o dobro das reservas internacionais, US$ 370 bilhões, enquanto em 2008 tínhamos US$ 200 bilhões; uma situação fiscal mais sólida; relação dívida/PIB menor; instrumentos disponíveis para implementar políticas de estímulos à economia; e compulsório”, afirmou durante audiência pública realizada no Senado sobre alteração na remuneração da caderneta de poupança.  

Segundo Mantega, o desafio do governo nesse ano é acelerar o crescimento e lembrou que os investimentos do PAC já somam $ 11,6 bilhões até abril, ou seja, 50% a mais do que no mesmo período do ano passado. Isso porque a situação da economia internacional se agravou nos últimos meses, demonstrando que a estratégia de austeridade fiscal adotada pelos países europeus não deu certo, pois não foi acompanhada de estímulo econômico.

Em sua exposição, ele avaliou que o resultado dessa estratégia foi o baixo crescimento ou até mesmo recessão nesses países.  “O crescimento dos emergentes, e do Brasil, também será afetado, porque os mercados se encolheram e, com isso, há redução no volume de comércio exterior”, explicou.  Sobre a possível saída da Grécia da Zona do Euro, ele disse que, não for bem administrada, poderá haver graves problemas na União Europeia, principalmente no setor bancário. 

Crescimento

Para Mantega, este é um dos piores momentos para a economia mundial em termos de crescimento. “Em 2012, a maioria dos países terá um taxa de crescimento menor que a apresentada no passado. Felizmente, o Brasil figura entre aqueles que terão crescimento maior esse ano, pois criamos as condições para isso”.  Diante desse cenário internacional adverso, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentada pelo Ministério da Fazenda foi de 4%. 

Por isso, enfatizou, os desafios do governo para este ano são justamente acelerar o crescimento num cenário internacional adverso; dinamizar os investimentos; fortalecer o mercado interno; manter a solidez fiscal, o controle da inflação e o câmbio favorável; ampliar o crédito e reduzir as taxas de juros do sistema financeiro, diminuindo assim o custo financeiro; continuar com as desonerações e a reforma tributária; e reduzir custo da energia, logística e infraestrutura.  

Investimentos

Ao falar sobre investimentos, Guido Mantega apresentou números do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mostrando que os desembolsos do governo federal nos quatro primeiros meses do ano foram de R$ 11,6 bilhões, 50% a mais do que no mesmo período do ano passado.

“Em um momento como esse, aumentar os investimentos públicos é um desafio, principalmente porque eles servem de indutores para os investimentos privados”, acrescentou.  

Poupança  

Ao justificar a mudança na remuneração da caderneta de poupança, motivo do convite para que o ministro fosse ao Senado, ele disse que a alteração foi necessária para que o governo pudesse dar continuidade na redução dos juros e no custo financeiro do País. “Se não tivéssemos feito isso, teríamos um problema, pois engessaríamos a taxa de juros e não conseguiríamos reduzi-la. Esse impedimento seria prejudicial para toda a economia brasileira”, ressaltou. 

Com a Selic em queda, os fundos de investimentos acabaram em desvantagem frente à poupança, possibilitando migração dos grandes investidores para as cadernetas em busca de maior rentabilidade. “Isso afetaria inclusive a dívida pública, pois o Tesouro Nacional teria dificuldade de colocar seus títulos no mercado para a rolagem da dívida a juros menores”, enfatizou.  

Numa mensagem tranquilizadora, o ministro afirmou que, mesmo com as mudanças, foram preservadas as vantagens da caderneta de poupança, como simplicidade dos depósitos, rentabilidade mensal e isenção do Imposto de Renda. Ele ainda fez simulações com diferentes taxas Selic. Explicou que o patamar de remuneração de 70% da Selic (quando ela passar a ser menor ou igual a 8,5%), para os depósitos a partir de 4 de maio, foi definido após estudos técnicos, mostrando que, desde 2002, esse foi o patamar máximo das cadernetas.  

Setor automotivo  

Sobre as medidas de incentivo ao crédito e fomento à indústria automotiva, disse que o objetivo foi evitar demissões (promessa feita pelas montadoras que já ameaçavam dar férias coletivas), e estimular o crescimento econômico.      

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Fonte:

Ministério da Fazenda



22/05/2012 20:55


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