Cristovam: crime hediondo é a desigualdade social



Após ter participado da primeira audiência pública sobre violência na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), ocorrida na manhã desta quinta-feira (22), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) propôs uma reflexão sobre a separação entre crimes comuns e aqueles considerados hediondos. O senador considera a distinção equivocada e fruto da banalização da violência. Para ele, a redução da maioridade penal não é medida suficiente e o aumento de estabelecimentos prisionais não seriam soluções suficientes para diminuir o problema.

Em seu pronunciamento, Cristovam afirmou que a desigualdade social no Brasil é um crime tão hediondo quanto o que tirou a vida do menino João Hélio Fernandes Vieites, no Rio de Janeiro, morto ao ser arrastado por 7 quilômetros preso ao cinto de segurança do carro, no dia 7 de fevereiro.

- Deixar uma criança para trás é um crime. Não vou dizer que é pior arrastar uma criança; é mais forte, mais dramático. Deixar uma criança para trás e em si um crime também carregado de hediondez - afirmou o senador, ao referir-se às crianças que estão fora da escola.

O parlamentar pelo Distrito Federal considera um crime hediondo o fato de 5% das crianças, ou 1,5 milhão delas, estarem foram da escola. Mas, no Brasil, comemora-se o fato de 95% das crianças estarem matriculadas no ensino básico. Cristovam acrescentou que, das que estudam, somente 18% concluem o ensino médio com aproveitamento "mediano".

Para o senador, a solução para a criminalidade estaria numa "revolução educacional" que intitulou "revolução doce", com mais professores, mais escola e mais educação.

Também em seu discurso, Cristovam parabenizou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) por trazer à tribuna com freqüência dificuldades enfrentadas por brasileiros, como no caso do discurso que antecedeu o seu, no qual Suplicy solidarizou-se com os 40 brasileiros detidos na fronteira Estados Unidos/México na última quarta-feira (21), por tentativa de entrada ilegal naquele país.



22/02/2007

Agência Senado


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