Demóstenes quer ouvir testemunhas antes de Magno Malta



O relator do processo disciplinar por quebra de decoro parlamentar contra o senador Magno Malta (PL-ES), senador Demóstenes Torres (PFL-GO), disse nesta segunda-feira (11), em entrevista à Agência Senado, que pretende tomar o depoimento de Malta por último, depois de ouvir as testemunhas de acusação e de defesa do parlamentar. Ele pretende também, antes do depoimento do senador suspeito de envolvimento com a máfia das ambulâncias, realizar as diligências que forem necessárias para auxiliar os trabalhos de investigação.

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-Tenho de ouvir todos, pois a outra alternativa é absolver o senador por falta de provas - afirmou Demóstenes, quando questionado sobre a possibilidade de a investigação se prolongar e, assim, impedir que o processo esteja concluído antes das eleições de 1º de outubro.

Magno Malta, Serys Slhessarenko (PT-MT) e Ney Suassuna (PMDB-PB) estão sendo investigados pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar porque tiveram seus nomes incluídos no relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas por haver contra eles indícios ou provas de participação na chamada "máfia das ambulâncias". O esquema de fraudes foi criado com o objetivo de utilizar irregularmente recursos provenientes de emendas parlamentares ao Orçamento da União para a compra de ambulâncias destinadas a municípios com preços superfaturados.

Contra Malta pesam depoimentos da família Vedoin de que o parlamentar teria recebido dos organizadores do esquema fraudulento um automóvel como parte de pagamento pela promessa de elaboração de emendas ao Orçamento da União para beneficiar a Planam, empresa de propriedade dos Vedoin e apontada como a principal organizadora do esquema. Malta se defende afirmando que o carro foi um empréstimo pessoal do deputado federal Lino Rossi (PP-MT), que também é citado como envolvido com a máfia das ambulâncias.

Para as 14h desta terça-feira (12), o relator do processo disciplinar contra Magno Malta já convocou para depor Hazenclever Lopes Cançado, chefe de gabinete de Malta, e José Luiz Cardoso, em nome de quem estaria registrado o carro emprestado ao senador.

Demóstenes também solicitou ao Conselho de Ética diligências para comprovar o histórico do carro que teria sido emprestado a Magno Malta, bem como documentos que atestam a devolução do veículo a Lino Rossi.

A última providência necessária antes que Malta seja ouvido é o depoimento do próprio Lino Rossi, que não aceitou o convite para esclarecer o empréstimo do carro no Conselho de Ética, embora tenha enviado ofício ao colegiado confirmando a versão de Magno Malta. Como o conselho não tem poder de polícia, Demóstenes, que também é membro da CPI Mista dos Sanguessugas, anunciou que pretende apresentar um requerimento na comissão para exigir a presença do deputado.



11/09/2006

Agência Senado


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