Doleiro não comparece para depor na CPI do Banestado, que ouve Pitta na próxima terça-feira



A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Banestado, que investiga a remessa ilegal de dólares ao exterior, vai ouvir na próxima terça-feira (27), a partir das 11h, o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta. Ele vai explicar a existência ou não de supostas contas bancárias no exterior que, de acordo com autoridades policiais e o Ministério Público, foram alimentadas com recursos desviados de obras públicas.

Na reunião desta terça-feira (20), o doleiro Antônio de Oliveira Claramunt, mais conhecido como Toninho Barcelona, deixou de comparecer à CPI para prestar depoimento, como estava previsto. A CPI resolveu convocá-lo depois que escutas telefônicas realizadas pela Justiça indicaram o envolvimento dele em transações ilegais de remessas de dólares ao exterior. Toninho Barcelona é apontado como um dos maiores doleiros do país.

O presidente da CPI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), estranhou a ausência de Toninho Barcelona, mesmo depois de ter solicitado ajuda da Polícia Federal (PF) para conduzir o doleiro às dependências do Senado Federal para depor. A PF chegou a enviar carta à presidência da CPI, lida por Antero, comunicando que, apesar de várias diligências, o doleiro não foi encontrado. O senador Romeu Tuma (PFL-SP) sugeriu que o doleiro seja conduzido a CPI coercitivamente, pela Polícia Federal, para prestar depoimento.

Novos depoimentos

Além do bicheiro Alberto Youssef, acusado pelo Ministério Público de sonegar mais de R$ 33 milhões de impostos entre 1996 e 1999, a CPI deverá ouvir representantes de empresas e do governo para prestar esclarecimentos sobre evasão de divisas, principalmente por meio das chamadas contas CC-5. Os membros do colegiado decidiram também na reunião desta terça-feira solicitar ao Banco Central (BC) e à Secretaria do Tesouro Nacional o encaminhamento à CPI de cópias de todos os processos, registros, operações e negociações que envolveram, direta ou indiretamente, os bancos Bamerindus e o HSBC.

Ficou para a próxima reunião a votação do requerimento do deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), solicitando a convocação de ex-sócios e sócios de empresas de viação com atuação no estado de Mato Grosso e no interior paulista que, segundo o deputado, são responsáveis pelo envio de "montantes expressivos e suspeitos" de recursos ao exterior via contas CC-5. Essas empresas também são acusadas de manter relação com uma empresa offshoreuruguaia denominada Roanoake Holding que, segundo o deputado, teria movimentado cerca de R$ 45 milhões em uma conta bancária de Montevidéu entre março de 2000 e setembro de 2002.

Se o requerimento for aprovado, deverão comparecer para depor Terezinha Fernandes Soares Pinto, Ronan Maria Pinto, Fernando Magalhães Milman, Henrique Gerpe Escudero e Sérgio Gomes da Silva, todos representantes das referidas empresas de transportes.



20/04/2004

Agência Senado


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