Eletrosul passa a gerar energia eólica



A Eletrosul Centrais Elétricas S.A., subsidiária da Eletrobras, entregou os primeiros 10 megawatts (MW) de energia eólica (força dos ventos) produzidos por uma empresa do Sistema Eletrobras no Brasil. Nesta sexta-feira (3), a Eletrosul encaminhou ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a Declaração de Atendimento aos Procedimentos de Rede, oficializando a primeira etapa de operação do Complexo Eólico Cerro Chato, em Sant’Ana do Livramento (RS), na fronteira com o Uruguai. 

Nesta primeira etapa, entraram em funcionamento cinco de 15 aerogeradores de um dos três parques que compõem o complexo. Cada parque terá capacidade para gerar até 30 MW. A energia produzida por esse primeiro circuito já está abastecendo o Sistema Interligado Nacional (SIN) incrementando em 8,94% a atual capacidade instalada no País, que é de 1.006 megawatts. A geração de 90 MW, que será a capacidade instalada total do complexo, é suficiente para atender o consumo de aproximadamente 500 mil pessoas: seis vezes a população de Sant’Ana do Livramento, onde as usinas estão sendo instaladas. 

Paralelamente ao início da operação, a Eletrosul mantém as obras em ritmo acelerado para entregar todo o parque gerador até o final de setembro. O diretor de Engenharia e Operação da Eletrosul, Ronaldo dos Santos Custódio, que foi um dos idealizadores do projeto de Cerro Chato, lembra que o prazo programado para entrada em operação comercial de todo complexo autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) era julho de 2012. “No entanto, a parceria com os fornecedores, a proatividade dos técnicos da Eletrosul e o aprimoramento dos processos de construção permitiram antecipar a entrega em 10 meses”, justificou. 

A energia que será gerada pelo novo complexo eólico, consórcio formado pela Eletrosul (90%) e Wobben (10%), foi comercializada em dezembro de 2009, no primeiro leilão exclusivo de energia eólica realizado pelo governo federal. A atividade reforçará o sistema elétrico brasileiro especialmente na fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, diminuindo a dependência da energia complementar das usinas termelétricas em períodos de picos de demanda e de estiagem, quando a capacidade de geração das hidrelétricas fica comprometida.

 

Empreendimento 

O Complexo Eólico Cerro Chato começou a ser construído em junho de 2010. Em abril deste ano, foi concluída a montagem do primeiro de um total de 45 aerogeradores modelo E-82 de 2000 kW de potência, fabricados pela Wobben/Enercon, que ocuparão uma área de 80 quilômetros quadrados na zona rural de Sant’Ana do Livramento. O investimento é de R$ 400 milhões. 

O empreendimento compreende, ainda, uma subestação coletora, que concentrará a energia produzida pelas três usinas e fará a conversão da tensão de 34 quilovolts (kV) para 230 kV. A energia chega até a subestação coletora por uma rede de média tensão subterrânea de 69 quilômetros. Dessa unidade, a energia é transportada por uma linha de transmissão de 24,7 quilômetros de extensão, já concluída, para outra subestação, a Livramento 2, que pertence à Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul (CEEE). De lá, a energia será distribuída para o SIN. A Subestação Livramento 2 foi ampliada para receber a energia gerada por Cerro Chato.

 

Potencial energético

Os estudos e medições sistemáticas de ventos na região de Sant’Ana do Livramento, que apontaram a viabilidade do empreendimento, começaram em 2005. A Eletrosul instalou, no município, torres de medição e durante quatro anos os dados obtidos confirmaram o excelente potencial de geração de energia elétrica a partir da força do vento. 

A Eletrosul também estuda o potencial eólico nos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. Esse levantamento possibilitou a formação de uma carteira de projetos eólicos de mais de 1.000 MW, considerando aqueles já desenvolvidos e em desenvolvimento. 

Segundo informações de relatório sobre energia eólica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a maioria dos estudos aponta que o Brasil teria potencial para gerar até 60.000 MW de energia a partir do aproveitamento dos ventos. O Atlas do Potencial Brasileiro, publicado pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) aponta um potencial eólico de 143.000 MW, a 50 metros de altura. 

O Banco de Informações de Geração da Aneel, atualizado até o dia 27 de maio, aponta a existência de 50 empreendimentos de geração de energia eólica em operação no País. Em pouco mais de nove anos, a potência instalada saltou de 21 megawatts para 1.006 MW: um aumento de 4.690%. Apesar do acréscimo significativo, a participação das fontes eólicas na matriz energética brasileira ainda é pequena: apenas 0,87%. 

O mesmo levantamento mostra que existem 35 usinas eólicas em construção no País (considerando as três usinas do Complexo Eólico Cerro Chato) que, juntas, poderão produzir até 927,9 MW.

 

Fonte:
Eletrobras Eletrosul

 

03/06/2011 17:47


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