EMÍLIA FERNANDES DIZ QUE GLOBALIZAÇÃO DEVERIA SER TAMBÉM UM FENÔMENO SOCIAL



Ao encerrar no final da tarde de hoje (dia 5) o seminário Globalização, promovido pelo Instituto Legislativo Brasileiro (IBL), do Senado Federal, a senadora Emília Fernandes (PDT-RS) disse que esse fenômeno moderno não poderia se ater apenas ao campo econômico, excluindo aspectos sociais importantes para as populações dos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. - É preciso que se pense em como globalizar a solidariedade - enfatizou a senadora, ressaltando a necessidade de que a economia globalizada que domina a política internacional rompa as barreiras teóricas e atenda às reivindicações, principalmente, educacionais e culturais das sociedades envolvidas.Emília destacou a criação do Mercosul como uma "vitória" e um passo primordial para a combater o subdesenvolvimento da América do Sul. A seu ver, essa nova política implantada no continente deverá partir do desenvolvimento econômico para um possível surto de crescimento sócio-cultural. A seu ver, mesmo fazendo parte do processo de globalização, os países do Mercosul têm que resolver suas questões primárias internas para se aventurar no que pode ser chamado de "capitalismo triunfante" e se espelhar nos exemplos de México e dos tigres asiáticos.Em relação ao aspecto estritamente econômico, a senadora é de opinião que "nossos governantes erraram muito do governo Collor para cá", deixando com que houvesse excesso de importações que reduziram a produtividade nas indústrias brasileiras e trouxeram outras conseqüências negativas. A mera abertura para o capital especulativo internacional, "que se move ávido", segundo sustentou, é o ponto negativo da globalização no que concerne ao Brasil, por exemplo. Emília finalizou enfatizando a importância do papel do Estado na garantia dos benefícios futuros oriundos da globalização. INIQÜIDADEO consultor legislativo do Senado Eduardo Baumgratz Viotti, um dos expositores, apontou a "iniqüidade" do processo de globalização em países sem distribuição de renda, como o Brasil. Segundo ele, apesar de o país usufruir de tecnologia avançada nos setores, por exemplo, de telecomunicações e indústria de bens duráveis, "ainda não geramos uma dinâmica própria e só absorvemos tecnologia disponíveis", o que não coloca o país como membro perfeitamente integrado ao processo mundial, "que é irreversível". A seu ver, a falta de investimentos do Estado em pesquisa tecnológica coloca o país aquém dos principais benefícios da globalização. "A nossa tecnologia é o que podemos chamar de passiva e o nosso projeto de industrialização, sem subsídios, é ingênuo", acrescenta.Ana Luísa Fleck Saibro, também consultora legislativa da Casa, referiu-se à falta de política pública do governo federal em relação ao setor globalizado das comunicações. Ela disse que faltam compromissos éticos frente à crescente demanda do mercado de Internet, Tvs por assinatura e outros , apesar das agências de controle recém-criadas, como a Anatel, por exemplo. Conforme entende, as leis não estão definidas e o fato pode ser propício ao aumento dos monopólios, o que contraria o processo democrático do setor também na globalização.

05/11/1998

Agência Senado


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