Ensino de espanhol poderá ser obrigatório em cinco anos



O ensino de língua espanhola poderá ser obrigatório dentro de pelo menos cinco anos, segundo o projeto de lei da Câmara n° 112/2003, que recebeu nesta terça-feira (16) parecer favorável da Comissão de Educação (CE) e será encaminhado ao Plenário. De oferta obrigatória pela escola e de matrícula facultativa para o aluno, o ensino será, de acordo com a proposta, gradativamente implantado - a partir da possível sanção da nova lei - nos currículos plenos do ensino médio. Ao apresentar seu voto favorável, o relator da matéria, senador Demostenes Torres (PFL-GO), observou que tradicionalmente tem defendido posições contrárias a qualquer projeto que estabeleça a inclusão de novas disciplinas nos currículos escolares. Mas ressaltou que não poderia ser contra o projeto em discussão, uma vez que a língua espanhola é atualmente a mais difundida do mundo, depois do inglês e com a exceção das línguas de países muito populosos, como a China e a Índia. - O espanhol é fundamental para o Brasil, pela proximidade das duas línguas, pela interseção cultural com os países vizinhos, pelo aprofundamento do Mercosul e pela criação da Área de Livre Comércio das Américas, onde será forte o componente espanhol. Vamos ter que estudar essa língua, querendo ou não - previu Demostenes. De acordo com a proposta, os sistemas públicos de ensino implantarão Centros de Ensino de Línguas Estrangeiras, onde será obrigatoriamente oferecida a disciplina de espanhol. A rede privada, estabelece ainda o texto, poderá adotar diferentes estratégias, desde aulas convencionais no horário normal dos alunos até a matrícula em cursos e centros de estudos de línguas modernas. Será facultada ainda a inclusão da língua espanhola nos currículos plenos da 5ª à 8ª séries do ensino fundamental. Durante o debate, o senador Hélio Costa (PMDB-MG) lembrou que o francês já foi a língua dominante do mundo e que atualmente o inglês assumiu essa posição. "Mas o nosso destino", ressalvou o senador, "é o espanhol". Por isso, defendeu a tese de que a próxima geração de estudantes brasileiros venha a ser fluente na língua dos países vizinhos.

Foi retirado do projeto da Câmara, por iniciativa do senador José Jorge (PFL-PE), o dispositivo segundo o qual a oferta da língua espanhola pelas redes públicas de ensino deveria ser feita no horário regular de aula dos alunos. Como a disciplina será facultativa, lembrou o senador, os alunos que não optassem pelas aulas não teriam o que fazer no mesmo horário. O argumento foi considerado "corretíssimo" pelo relator, que retirou o dispositivo do projeto. O senador Cristovam Buarque (PT-DF) também apoiou a iniciativa e previu que, em 10 ou 20 anos, novas tecnologias de ensino à distância permitirão que os alunos aprendam espanhol até mesmo em casa.



16/03/2004

Agência Senado


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