GOVERNO QUER GARANTIR A "DISPENSA DO VAMPIRO", DIZ LAURO CAMPOS



Os cortes de cerca de R$ 28 bilhões nas despesas públicas embutidos no acordo do governo federal com o Fundo Monetário Internacional (FMI) não serão feitos para, através dos empréstimos internacionais, gerar novos investimentos, afirmou nesta sexta-feira (dia 4) o senador Lauro Campos (PT-DF). Os recursos são para repor as reservas e, portanto, "para ficar dormindo, à espera de um novo ataque especulativo. São recursos para a despensa do vampiro", afirmou.Na opinião de Lauro Campos, em nome do combate à inflação, o governo se excedeu, transformando-a na deflação atual que, aliada a taxas de juros "elevadas ao Himalaia", inviabiliza qualquer atividade econômica. Nesse "sistema esquálido", acrescentou, as metas acertadas com o FMI configuram um verdadeiro "ataque ao orçamento", numa inversão dos objetivos pelos quais esse instrumento de controle sobre o poder real foi conquistado pela moderna sociedade burguesa. Em vez de fixação de prioridades e controle sobre o arbítrio no poder de taxar, o orçamento público é cada vez mais obra dos tecnocratas do governo, observou.Após a votação em que a Câmara dos Deputados rejeitou aumentos na cobrança das contribuições previdenciárias de ativos e inativos, Lauro Campos considerou que o governo, "numa atitude autoritária, despótica, muitas vezes tangenciando o fascismo", passou a utilizar o orçamento federal como "palmatória" contra os parlamentares. Com isso, reduziu ainda mais a já limitada margem de modificações que o Poder Legislativo pode fazer na lei orçamentária, comentou.Para Lauro Campos, o Congresso deveria abdicar de vez de oferecer emendas ao orçamento - como ele já o faz como parlamentar -, mantendo-se em posição crítica, para "mostrar à sociedade que grande parte das mazelas e problemas atuais do país têm origem no Poder Executivo".

04/12/1998

Agência Senado


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