Ideli pede elevação do nível do debate eleitoral



Ao comentar requerimento de voto de repúdio, aprovado em Plenário nesta segunda-feira (4), a declarações do presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Ricardo Berzoini, contra o pai do presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), a líder do PT, Ideli Salvatti (SC), reclamou do baixo nível dos debates políticos durante a campanha eleitoral.

Citando reportagens de jornais, Ideli afirmou que os ataques contundentes de membros da oposição com o objetivo de atingir o governo federal, ao invés de produzir os danos esperados, têm levado à diminuição dos índices de popularidade dos acusadores.

- Até porque, volto a afirmar, as pesquisas, os dados, as reportagens que estão aí, inclusive nos jornais de hoje, relacionando os ataques mais contundentes, não estão produzindo os mais contundentes números ou percentuais de intenção de voto. Então, acho que pelo menos isso deveria estar fazendo com que as pessoas refletissem a respeito do comportamento e do debate no processo eleitoral - disse.

Ideli apontou como exemplo de tema a ser discutido, com proveito para o debate eleitoral, a desestruturação da política tradicional, provocada por programas do governo federal, como o Bolsa Família. A parlamentar citou a jornalista Maria Inês Nassif, que, em matéria publicada no final de agosto pelo jornal Valor, afirma que o programa "claramente desintermediou o voto da população pobre, que antes passava pelo chefe local - processo, aliás, facilitado pela urna eletrônica". A senadora também destacou a importância da criação do Ministério das Cidades permitindo que prefeitos obtenham verbas federais sem necessidade de intermediação de deputados e senadores.

Em aparte, Sérgio Guerra (PSDB-PE) considerou indefensável a crítica de Berzoini ao pai de Tasso Jereissati. Ele discordou ainda que o Programa Bolsa Família tenha provocado alguma alteração relevante na realidade dos brasileiros pobres.

- É correto dar comida a quem está com fome, mas não muda coisa nenhuma. Ao contrário, é um fator de acomodação. Os sindicatos de várias áreas de Pernambuco se enfraqueceram porque viraram agências eleitorais- observou Sérgio Guerra.



04/09/2006

Agência Senado


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