Jader pede confiança no trabalho do Conselho de Ética



O presidente do Senado, Jader Barbalho, pediu nesta terça-feira (dia 24) confiança no trabalho do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar sobre a violação do painel eletrônico de votação e advertiu contra "punições antecipadas". Ele disse também que está "tranqüilíssimo" de que em breve ficará comprovado que as denúncias envolvendo o nome de sua esposa, Márcia Centeno, em irregularidades na Sudam não passam de "uma grande leviandade".

- Há uma interpelação e nós estamos aguardando. O prazo é de 48 horas e está se esgotando, e vai ficar muito claro que tudo isso não passou de uma grande leviandade e de uma grande pirotecnia - afirmou.

Jader reagiu à tese segundo a qual a pressão da sociedade pela punição dos senadores José Roberto Arruda (PSDB-DF) e Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) se estenderia às investigações na Sudam, terminando por atingi-lo:

- Não vamos misturar as coisas. Esse país é regido pelo Estado de Direito, no qual acusar faz parte do contraditório democrático, e se defender também. Acho tudo isso muito ridículo, muito espalhafatoso. É o meu sentimento a respeito dessa questão. Quanto ao que está em exame no Conselho de Ética, vamos ter serenidade: vai ser apreciado, o Conselho vai tomar sua decisão, e o Senado posteriormente - assinalou.

O senador vê as investigações, inclusive a da Polícia Federal sobre Márcia Centeno, como parte do processo democrático:

- Não somos absolutamente contra investigação de ninguém, nem da Márcia, nem do presidente da República, nem de ninguém nesse país. Quem tiver que ser investigado, que seja. Considero isso profundamente democrático, numa sociedade que tem lei e está sendo organizada administrativamente - declarou.

O presidente do Senado advertiu, porém, que é necessário evitar "punições antecipadas":

- Tudo deve ser examinado cuidadosamente, para que episódios como o do Alceni Guerra não venham a se repetir, porque, quando a honra das pessoas é atingida, mesmo que comprovada a improcedência, elas já foram penalizadas. A única coisa que não desejo é isso, porque, por uma satisfação quase sádica, alguns se comprazem em punir antecipadamente os outros. Investigação faz parte da sociedade organizada no regime democrático; agora, não vamos ser sádicos, e achar que as pessoas devem ser punidas antecipadamente - enfatizou.

Jader defendeu o Conselho de Ética das insinuações de que o resultado do inquérito seria manipulado politicamente: "não percebo qualquer movimento no sentido nem de deliberadamente incriminar nem excluir de qualquer responsabilidade". Ele disse desconhecer versão divulgada pela Internet da lista de votação da cassação do senador Luiz Estevão, e, assinalou que nunca houve dúvidas de que votou contra: "eu era líder do PMDB, meu voto foi público".

24/04/2001

Agência Senado


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