Jogador sueco afirma que na Copa de 58 o Brasil mostrou ao mundo como jogar futebol



Durante homenagem na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) aos 50 anos da conquista da Copa Mundial de 1958, o coordenador do Comitê Organizador da Copa de 1958, jogador sueco Bengt Agren, afirmou que o futebol que antes era duro e violento foi mostrado pelos brasileiros na Copa de 1958 como um jogo com técnica e elegância.

Já o jornalista Luiz Mendes, que atuou como comentarista esportivo na Copa de 58, observou que os suecos são grandes desportistas, pois, como lembrou, "se na derrota de 1950 nós, brasileiros, choramos nas arquibancadas, os suecos, ao perderem para o Brasil, se levantaram nas arquibancadas em Estocolmo e aplaudiram o nosso time pela vitória".

Diante de nove jogadores brasileiros da Copa de 58 que participaram da reunião - 13 dos 22 jogadores ainda estão vivos, mas Pelé, Bellini, Nilton Santos e o goleiro Gilmar não puderam comparecer à homenagem da CE -,Bengt Agren declarou a importância da Seleção Brasileira também para o seu país.

- Eu entendo por que estes cavalheiros são um legado para o Brasil, mas eles são também um legado para a Suécia e o mundo inteiro - disse.

Bengt Agren disse que na Suécia todos sabem que 1958 foi um recomeço para a Seleção Brasileira, por causa da vitória na Copa do Mundo.

- O povo brasileiro passou a reconstruir um sentimento de autoconfiança, depois do trauma com o resultado da Copa de 1950. Para a Suécia, porém, 1950 foi um ano bom, pois o time sueco ficou em terceiro lugar na Copa do Mundo daquele ano - lembrou Bengt Agren.

Paixão

Durante a homenagem, o jogador brasileiro Mazzola lembrou da frase do ex-presidente dos Estados Unidos John Kennedy "não se pergunte o que o seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo seu país." E acrescentou a frase de Zagallo: "Deus escreve certo por pernas tortas".

Para o jornalista Luiz Mendes, a Copa de 1958 "foi a verdadeira descoberta do Brasil", marcando o aparecimento do país, de fato, no mapa do mundo. Antes, lembrou ele, perguntavam se a capital do Brasil era Buenos Aires.

- A partir de 58, o mundo passou a saber a localização do Brasil, soube que havia um povo, uma raça, um país que se impunha através da paixão do planeta, que é o futebol - declarou Luiz Mendes.

Para Luiz Mendes, ainda, a Copa do Mundo de 1958 ajudou os brasileiros a perderem o "complexo de vira-latas", identificado pelo escritor Nelson Rodrigues, que se manifestava a cada derrota da Seleção em uma Copa do Mundo, antes de 1958.

Ao se pronunciar durante a homenagem, Zagallo contou que, antes do jogo da copa, um funcionário de um hotel, onde o time brasileiro se hospedou, não conseguia identificar a bandeira brasileira.

- Depois, nossa bandeirinha brasileira ficou tremulando e ganhamos o reconhecimento da Europa; mostramos que existia um pais que sabia jogar futebol - disse Zagallo.

O secretário de Cultura do Distrito Federal, Silvestre Gorgulho, que representou Pelé na cerimônia, lembrou que foi lançado, pelos Correios, um selo comemorativo da Copa de 1958. Cristovam Buarque agradeceu ao governo do Distrito Federal pela participação no evento e na parceria da organização da semana de homenagens aos 50 anos da primeira vitória brasileira em uma Copa do Mundo.



25/06/2008

Agência Senado


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