Kátia Abreu oficializa saída do DEM para ingressar no PSD




A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) anunciou em Plenário a sua saída do DEM e o ingresso no Partido Social Democrático (PSD). A mudança já havia sido anunciada em entrevista na última terça-feira (5) e foi confirmada no pronunciamento. Entre os motivos alegados pela senadora está a falta de fidelidade do partido ao seu programa.

Já anunciaram adesão à nova legenda o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab; o vice-governador de São Paulo, Afif Domingos; e o ex-deputado federal Índio da Costa, que concorreu como vice na chapa de José Serra nas eleições para presidente da República. Todos eles também faziam parte do DEM.

Na opinião da senadora, é preciso que se inicie um novo ciclo na política brasileira, em que se dê conteúdo doutrinário à democracia, em que os políticos expressem convicções e sejam cobrados pela fidelidade a elas e não a cargos, interesses ou partidos.

­- É com este propósito e tendo em vista o clamor da sociedade brasileira por renovação política que formalizo, aqui, desta tribuna, minha saída do Democratas ao mesmo tempo em que anuncio que estou me associando a lideranças nacionais empenhadas em criar o Partido Social Democrático, o PSD. Essa decisão não deriva de rompimento, briga ou dissidência, mas da constatação de que se esgotou um ciclo.

A senadora afirmou que tem respeito e reconhecimento pela função que o DEM desempenhou no processo de redemocratização e pelo "papel histórico" de sustentação aos dois governos do PSDB e de oposição aos dois governos do PT, mas disse que a atuação partidária hoje tem concepção distinta da dela, especialmente no que se refere à postura de independência em relação ao quadro atual da política brasileira.

- Fui criticada quando aqui votei no salário mínimo de R$ 545, mas, na mesma ocasião, votei contra uma medida provisória que pretendia capitalizar o BNDES. Em ambas as ocasiões, votei tendo em vista a defesa de um princípio que o DEM e eu sempre postulamos: a responsabilidade fiscal. E assim entendo que deva ser. Um partido deve, antes de tudo, ter caráter, ser fiel ao seu programa, não à ética sem caráter.

Sobre o posicionamento da nova legenda com relação ao governo, a senadora afirmou que as forças políticas que o sustentam seguem uma corrente de pensamento que, no geral, diverge da defendida por ela, mas que nada impede a convergência em alguns momentos. A senadora defendeu a economia de mercado como único modo de geração de riqueza e sustentabilidade e disse que é urgente defender a liberdade de pensamento.

- A hegemonia do pensamento esquerdista que a estratégia gramsciana de revolução cultural inoculou na academia estabeleceu a ditadura do pensamento. Quem hoje se sente à vontade, nas universidades e meios culturais, de se apresentar como sendo de direita ou liberal? Será renegado e excluído do debate, como um pária, e isso é trágico - declarou.

A senadora afirmou que o termo "social" que está no nome do partido indica que a preocupação com as famílias de baixa renda ou sem renda nenhuma não é "monopólio de ninguém e está longe de ter dono".



06/04/2011

Agência Senado


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