Maria do Carmo critica Executivo e diz que governo de Sergipe enfrentou sozinho drama das enchentes



A senadora Maria do Carmo Alves (PFL-SE) disse que o governo de Sergipe teve que enfrentar praticamente sozinho o desafio de socorrer e abrigar os mais de quatro mil desabrigados deixados no Estado pelas enchentes iniciadas no mês passado. Ela criticou duramente a morosidade do governo federal no atendimento às regiões do Nordeste vitimadas pelas fortes chuvas, revelando que, em Sergipe, só pôde contar com o apoio do Exército Brasileiro e da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf).

Somente recuperar as estradas vicinais e pontes, reconstruir ou reformar as casas afetadas e colocar em operação as olarias capazes de produzir os tijolos custarão R$ 20 milhões. A falta de apoio federal, diz Maria do Carmo, só pode ser atribuída "a uma má vontade do governo do PT com o Nordeste", apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) serem nordestinos.

Para a senadora do PFL, Sergipe viveu um "momento de muita dor e sofrimento" desde o final de janeiro, mas, apesar disso, os prefeitos dos quatro municípios que estão em estado de calamidade (Poço Redondo, Monte Alegre, Porto da Folha e Canindé do São Francisco) sequer receberam um telefonema das autoridades federais para hipotecar solidariedade:

- Se fôssemos esperar por alguma ajuda da Defesa Civil federal ou do Ministério da Integração Nacional, ainda estaríamos com essas cidades isoladas até hoje - garantiu Maria do Carmo, informando que só um convênio entre o governo do estado e o Departamento de Engenharia do Exército permitiu a construção, em oito dias, de pontes provisórias para substituir as que foram levadas pela força das águas.

A única autoridade federal que compareceu ao estado foi o ministro da Saúde, Humberto Costa, "mesmo assim 20 dias depois que a tragédia havia se iniciado", como ressaltou a senadora sergipana. Dois dias depois da viagem, um avião levou a Aracaju uma tonelada de remédios, muito pouco, disse Maria do Carmo, diante do número de atingidos pelas enchentes. "O governo do estado já havia gasto oito toneladas de alimentos", justificou.

A senadora disse que 11 pessoas morreram por causa da enchentes e, graças ao esforço do governo local, atualmente só restaram 57 famílias em Aracaju e 700 famílias no sertão desabrigadas.

- As cidades isoladas pelas enchentes viveram uma situação terrível. Até água para consumo humano só chegava por helicóptero. O governo estadual alugou cinco aeronaves e ainda contou com a solidariedade da Chesf, que cedeu um de seus aparelhos. Diversas parturientes foram trazidas por via área para Aracaju porque em suas cidades não era possível fazer o parto - relatou Maria do Carmo Alves.



17/02/2004

Agência Senado


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