Osmar Dias: políticas monetária e cambial impedem geração de empregos



O senador Osmar Dias (PDT-PR) disse, em discurso nesta terça-feira (27), que, se o governo não fizer uma revisão profunda da sua política monetária, o Brasil não crescerá o suficiente para absorver o imenso contingente de jovens que tenta ingressar no mercado de trabalho, mas não consegue. Ele explicou que, embora estejam sendo criados empregos em quantidade razoável, não há geração de empregos de qualidade, que exigem qualificação, porque o setor produtivo não consegue uma margem de lucro que permita o avanço tecnológico e a melhoria da qualidade das empresas nacionais.

Osmar Dias comentou pesquisa segundo a qual dos 4,6 milhões de empregos criados no mandato anterior do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apenas 10%, ou seja, 460 mil empregos formais, foram criados para trabalhadores que procuravam o primeiro emprego. A pesquisa mostra ainda que os empregos que estão sendo ofertados são de baixos salários.

- Tanto é que os trabalhadores da classe média perderam espaço, estão sendo demitidos para a contratação de trabalhadores com salários menores - disse o senador.

Osmar Dias afirmou que a política de geração de empregos do governo afasta a possibilidade de o jovem encontrar trabalho se não tiver experiência e não estimula o trabalho formal, com registro em carteira, colocando na informalidade mais de 50% dos trabalhadores brasileiros em idade de trabalho.

- Isso ocorre porque o governo, ao colocar em prática seus programas assistencialistas, não está pensando em torná-los programas eventuais, mas os torna permanentes. Não podemos criar uma geração de pessoas que acredita que não é preciso trabalhar para oferecer o sustento a sua família - protestou o senador.

Agricultura

Para Osmar Dias, é preciso dinamizar os setores produtivos, que hoje "estão no limite das suas forças", devido à política cambial. Citou como exemplo a agricultura, que está se recuperando de uma crise ocorrida há três anos, observando, no entanto, que se o dólar continuar caindo e cruzar a barreira dos R$ 2,00, a agricultura "afundará junto". Ele acrescentou que também outros setores já estão sofrendo com a queda do dólar, que provoca perda de competitividade no mercado internacional.



27/02/2007

Agência Senado


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