Patrocínio alerta para riscos da aviação civil brasileira
O senador Carlos Patrocínio (PTB-TO) elogiou nesta quinta-feira (5) a decisão do governo federal de lançar um pacote de medidas para auxiliar financeiramente as companhias aéreas. Ele chamou a atenção para a gravidade da situação dessas empresas que, segundo disse, não estão conseguindo arcar com os custos de manutenção das aeronaves.
Patrocínio disse que o Senado já havia advertido o governo federal para os riscos advindos da falta de manutenção dos aviões, que pode levar a acidentes fatais, como um dos três ocorridos na semana passada no país, no estado do Acre, em que morreram 23 pessoas.
- Existe perigo rondando no ar e nós já chamamos a atenção das autoridades para o problema. A maioria das companhias está falida e não têm dinheiro para a manutenção e para a reposição de peças das aeronaves que precisa ser feita rotineiramente - afirmou.
Patrocínio acredita que os recursos disponibilizados pelo governo para as empresas aéreas poderão evitar tragédias mas observou que o governo precisa cobrar bons serviços das companhias beneficiadas.
O senador cobrou, também, melhores serviços de algumas empresas de aviação civil, citando, especificamente, a companhia Nordeste, ligada à Varig, que segundo ele, não tem prestado um bom serviço nas linhas interioranas.
- Os passageiros da Nordeste, muitas vezes, são mal tratados e até ameaçados. Isto sem falar nos vôos que são cancelados em cidades de Tocantins, sem qualquer aviso prévio e sob a alegação de defeitos nos aviões. Mas isso já ocorreu mais de dez vezes - protestou o senador.
O senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO), em aparte, disse concordar com as reclamações contra os serviços deficitários de algumas empresas, mas lembrou que estas aceitaram fazer um trabalho pioneiro na região. Ele disse também que é justo que seja cobrada uma contrapartida das companhias que forem beneficiadas pelos financiamentos do novo programa do governo.
Orçamento
Patrocínio também tratou da proposta de orçamento que já está tramitando no Congresso, afirmando que se compadece dos candidatos à Presidência da República que estão prometendo muitas obras e ações em seu possível governo. Para ele, isso será impossível pois para o setor de investimentos, por exemplo, os recursos previstos são de apenas R$ 7,3 bilhões.
05/09/2002
Agência Senado
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