Presidente prestigia chapa Serra-Jarbas









Presidente prestigia chapa Serra-Jarbas
Fernando Henrique vai a Recife para festa do ministro da Saúde e do vice que está nos sonhos do PSDB .

Em clima eleitoral, o presidente Fernando Henrique Cardoso comemorou ontem os dez anos de criação do programa de agentes comunitários da saúde, numa cerimônia em Recife que serviu para deixar implícita a opção do pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, pelo nome do governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), para seu companheiro de chapa.

Serra posou para fotos com os agentes comunitários de saúde, que foram a Recife com transporte e refeição pagos pelas prefeituras, e deu muitos autógrafos. Mas negou que tenha convidado Jarbas para vice na reunião que ocorreu pouco antes da solenidade.

"Discutimos mais a questão da unidade, a importância de uma ação unitária para a eleição, para que o Brasil continue mudando com firmeza", disse o ministro. "Para isso, nós precisamos mobilizar as forças políticas para estarem unidas e não desperdiçar energia com tititi, com fofoca", acrescentou.

Jarbas disse ao ministro tucano que vai se engajar em sua campanha eleitoral. Prometeu também ajudar na costura da unidade da atual coligação governista.

O esforço da unidade inclui o PFL, segundo Serra. A cúpula do PFL pernambucano, encabeçada pelo vice-presidente Marco Maciel e pelo ministro das Minas e Energia, José Jorge, esteve presente à cerimônia, que reuniu cerca de 2.500 pessoas no centro de convenções de Pernambuco.

Serra aproveitou a comemoração para lançar as primeiras metas de seu eventual governo: reduzir a mortalidade infantil do Nordeste de 30 para 52 pessoas por grupo de 1.000 até 2006 e levar o saneamento básico da região, que atualmente atinge 71% das casas, para 94% -a média brasileira.

Em seu discurso, Fernando Henrique elogiou o governador do Ceará, Tasso Jereissati, o vice Maciel, o ministro Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário), que se sentou ao lado de Serra, mas foi especialmente generoso com o ministro da Saúde. Disse que o ex-ministro Adib Jatene fora quem sensibilizara o governo e o Congresso para a importância de verbas para a saúde. Mas acrescentou que "ninguém conseguiu mais recursos para a saúde do que o Serra".

Segundo o presidente, Serra "diz que é engenheiro e economista, mas é o meu médico particular", disse, numa referência à gestão do ministro. Serra retribuiu: disse que o presidente mudou a maneira "de se governar o país, nesse momento fundamental de afirmação do regime democrático".


Tasso prefere fazer viagem para a Arábia
O governador Tasso Jereissati, do PSDB, cumpriu o que prometeu: em vez de ajudar a candidatura à Presidência da República do ministro da Saúde, José Serra, optou por concentrar sua ação no Ceará. Tasso viajou para a Arábia Saudita, para tratar de detalhes da montagem de uma refinaria de petróleo de Fortaleza, plataforma de suas campanhas.

"O governador está interessado em resolver logo essa questão da refinaria", disse o senador Lúcio Alcântara, tucano candidato à sucessão de Tasso. Hoje, o governador vai para Nova York, participar do Fórum Econômico Mundial.


Linhas de energia serão inspecionadas
As linhas de transmissão de todas as regiões do Brasil vão passar por uma inspeção extraordinária recomendada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Além de verificar as linhas, as empresas terão de inspecionar e realizar testes nos sistemas de proteção das mesmas, para verificar se os dispositivos de segurança estão em condições de isolar incidentes localizados que ameacem a operação do sistema.

O objetivo da agência é evitar problemas como o blecaute da segunda-feira da semana passada, que atingiu dez estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste e o Distrito Federal.

A Aneel notificou a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista pela ruptura do cabo na linha de transmissão que liga a usina de Ilha Solteira à subestação de Araraquara, em São Paulo.

Fiscais da agência constataram que o rompimento foi provocado por falta de manutenção adequada da linha e pelo funcionamento incorreto de seu sistema de proteção, que isolaria o problema, impedindo que a falha derrubasse o resto do sistema.

Já o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) foi apontado como responsável pela falha em seu sistema de supervisão e de controle.

O ONS e a companhia paulista terão 15 dias, a contar do último dia 24, para se manifestar sobre o termo de notificação, passo inicial do processo que pode resultar em multa.


Supermercados cortam cartão de débito
A partir do próximo dia 25, os consumidores de todo o País não vão mais poder pagar as suas compras, nos supermercados Pão de Açúcar e Carrefour, usando o cartão de débito automático. O problema, segundo os lojistas, é que as administradoras dos cartões estão cobrando taxas "altas demais" pelo serviço. Por isso, a Associação Brasileira de Supermercados vai tentar um acordo, com Associação Brasileira de Administradoras de Cartões para reduzir as taxas.

Se o impasse não for resolvido até o dia 25, outras redes também poderão banir as vendas com débito automático. De acordo com a assessoria de imprensa da Abras, caberá a cada supermercado decidir o que fazer.

O diretor de comunicação do Grupo Pão de Açúcar, Paulo Pompilio, disse ontem que a decisão de não aceitar mais os cartões é por tempo indeterminado e vale para todas as lojas da rede.
Segundo ele, o consumidor "não será prejudicado", pois todas as outras formas de pagamento continuarão valendo. "Estamos fazendo isso para manter os preços competitivos e satisfazer os clientes", alegou Pompilio, sem revelar o valor cobrado pelas administradoras.

A assessoria de imprensa do Grupo Carrefour, em São Paulo, confirmou que a rede também não vai aceitar mais os cartões de débito a partir do dia 25, em todo o País.

No Distrito Federal, as outras redes ainda não aderiram ao boicote. Os supermercados Comper, Champion, Tatico, Smart e Supercei informaram que, por enquanto, não existe nenhuma ordem para deixar de receber os cartões.

"As redes menores não podem se dar ao luxo de recusar esse tipo de pagamento", analisou uma fonte da Abras, que pediu para não ser identificada. Há três anos, a própria Abras fez uma campanha para convencer os mercados a aceitarem o cartão de débito.

Esse cartão é, geralmente, o mesmo usado pelo correntista de um banco para movimentar a sua conta. Quando o cartão, a pedido do cliente, é cadastrado no sistema, o consumidor faz compras sem ter de andar com dinheiro na carteira e sem precisar preencher um cheque. Ele só tem o trabalho de digitar a senha. Para as lojas a vantagem está em fugir do calote, pois o crédito também é automático.


Brasiliense assume a presidência da Abrapp
Uma participação mais ativa nas discussões do setor é um dos objetivos da nova diretoria da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) empossada ontem em São Paulo.

A cerimônia que aconteceu no Centro de Convenções do Hotel Meliá reuniu representantes de fundos de pensões e empresas de previdência privada. Além do presidente da associação, o brasiliense Fernando Pimentel, tomaram posse, para um mandato de três anos, a diretoria e os conselhos deliberativo e fiscal.

Faz parte do programa da chapa Gestão Participativa que elegeu Pimentel por ampla margem de aprovação metas como: a defesa do contrato de benefício, o fortalecimento da credibilidade das associações e seus dirigentes, o incentivo à profissionalização das empresas associadas e uma administração compartilhada com as empresas part icipantes da associação.

Reajuste de aluguel pode ser evitado
Excesso de oferta abre espaços para que os inquilinos consigam melhores condições em contrato que vence.

Negociar. Essa é a palavra de ordem para quem está alugando ou renovando o contrato de um imóvel. Para os bons inquilinos, que cumprem com rigor suas obrigações, é possível eliminar até mesmo o índice de reajuste anual, que, de acordo com o indicador utilizado, pode variar de 7,13% a 10,37% em janeiro.

Em algumas cidades do DF, como Taguatinga e Ceilândia, onde há excesso de oferta de imóveis, há casos de redução do aluguel e já existem proprietários liberando o inquilino do pagamento do IPTU. A lei do inquilinato diz que é obrigação do dono do imóvel o pagamento do imposto, desde que não conste observação contrária no contrato de aluguel, o que ocorre na maioria dos casos.
"Muita gente está optando por morar na casa dos pais ou construir um conjugado nos fundos da residência de um parente. Além disso, a população não tem tido ganho de renda", justifica Getúlio Romão Campos, vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci). Segundo ele, em cidades onde a oferta é maior, leva-se de três a quatro meses para se efetivar uma locação.

No Plano Piloto a realidade é um pouco diferente. Como ainda existe uma boa procura por imóveis residenciais, está mais fácil alugar. De qualquer forma, não são todos os locatários que conseguem impor um reajuste no aluguel. As residências de luxo, como as mansões do Lago Sul, por exemplo, têm até caído de preço.

O reajuste anual é estabelecido em contrato. De acordo com a imobiliária pode ser o IPC, da Fipe, que é de 7,13% em janeiro, o INPC (9,44%) e o IPCA (7,61%) do IBGE, ou IGPM, da FGV (10,37%). "Existe uma estabilidade do poder aquisitivo que, no caso do Plano Piloto, faz com que em até 50% dos casos não seja aplicado qualquer índice", afirma Romeu Carvalho, tesoureiro do Sindicato das Imobiliárias (Secovi).

De acordo com Carvalho, no Plano Piloto, quando o proprietário aceita o valor sugerido pela imobiliária é possível alugar um imóvel em até 30 dias. Quando ele impõe um preço acima do mercado muitas vezes espera até 60 dias para concluir uma locação. Carvalho, que é sócio da Contrata Empreendimentos Imobiliários, diz que, atualmente, dos 1.350 imóveis que administra, 120 estão vazios. "Chega a 10%, o que é um índice de desocupação muito alto. A média ideal varia entre 3% e 4%", diz ele.

Destes 120 imóveis vazios, segundo Carvalho, 70% são comerciais, onde a oferta é muito grande e a dificuldade de alugar é ainda maior. Tauler Machado, presidente do Sindicato dos Condomínios e diretor do Secovi, afirma que há proprietários de imóveis comerciais oferecendo um mês de aluguel grátis. O cliente só começa a pagar no segundo mês de locação.
"O cliente pontual, que não atrasa alugual ou condomínio sempre consegue alguma coisa na hora de fechar um contrato ou renovar", ensina Tauler Machado. Já os maus inquilinos, que não pagam em dia ou estragam o imóvel podem ter de enfrentar uma situação inversa. O aumento do aluguel pode ser sugerido como forma de pressioná-lo a sair do imóvel. Em qualquer situação, o que vale é um bom cadastro.

Novas áreas ampliam a oferta
A construção do Setor Comercial Norte, com seus prédios modernos e luxuosos, e a liberação das 900 da Asa Sul para prédios de escritórios, aumentaram bastante a oferta de imóveis comerciais no Plano Piloto.

Essa, segundo Romeu Carvalho, tesoureiro do Secovi, pode ser uma das explicações para o excesso de oferta. "O comércio é um setor muito difícil que exige cada vez mais profissionalismo. Não dá mais para aventurar", acrescenta.

Com muitas opções, o futuro locatário pode escolher e negociar bastante. Ninguém aluga hoje um imóvel, seja residencial ou comercial, sem antes passar por várias imobiliárias e visitar diferentes opções. É possível escolher pelo tamanho do imóvel, condições físicas, valor do aluguel ou do condomínio e localização.

Para quem está renovando um contrato, a dica é começar a negociar antes do vencimento. Um mês antes já é conveniente enviar uma carta à imobiliária ou ao proprietário indicando a intenção de permanecer no local e as condições que aceita – aplicar ou não um reajuste. É aí que começa a negociação.

Os proprietários estão preferindo conversar do que manter seus imóveis fechados, tendo de arcar com custos como condomínio, IPTU e taxas mínimas de luz e água.

Existem casos de locatários que estão há quatro anos em um imóvel sem precisar arcar com qualquer reajuste. Para se ter uma idéia, até pouco tempo atrás, o condomínio correspondia a 10% do valor do aluguel. Hoje, existem situações em que corresponde a até 30%. Isso ocorre, segundo Carvalho, porque enquanto os aluguéis se mantiveram estabilizados os custos do condomínio, como luz, água e salário dos funcionários subiram, havendo necessidade de impor aumentos na taxa de condomínio.

Consiga pagar menos
  • Negocie o valor do aluguel
  • Observe o índice estabelecido para o reajuste e opte pelo que apresentar a menor variação anual
  • Tente negociar o pagamento do IPTU
  • Procure várias imobiliárias e visite diferentes opções de imóveis antes de fechar contrato
  • Opte por imóveis que não precisem de reparos
  • Observe o tempo de contrato. Em alguns casos pode-se alugar por 30 meses
  • Fique atento a todas as cláusulas contratuais
  • Se possível, consulte um advogado antes de fechar o contrato
  • Observe a localização do imóvel e a vizinhança
  • Verifique o valor do condomínio e a ocorrência de taxas extras
  • Negocie o reajuste e tente obter melhores condições antes do vencimento do contrato, quando se tem mais tempo para buscar concessões
  • Tenha sempre um bom cadastro para ter maior poder de barganha; para isso, é essencial pagar em dia, não ter problemas com o condomínio e conservar bem o imóvel


    Artigos

    Salários decentes
    Eduardo Brito

    Acaba de ser criada no serviço público da Grã-Bretanha uma nova faixa salarial. Destinada a profissionais de alto nível, ela é de 180 mil libras por ano. Convertida em moeda brasileira e dividida em 12 meses, daria um salário básico de R$ 51.540 aos felizes funcionários nela encaixados.

    Corresponde, guardadas as devidas proporções, a se pagar aqui ao secretário executivo do Ministério da Previdência ou ao chefe de gabinete do ministro da Educação um salário muito superior à remuneração oficial do presidente Fernando Henrique Cardoso, sem considerar aposentadorias. O primeiro-ministro Tony Blair ficou empacado nas 163 mil libras de antes, vencimento 10% inferior ao dos superfuncionários.

    Registre-se que a iniciativa foi do governo da Grã-Bretanha, aquele mesmo que, sob Margaret Thatcher, deu início, na prática, ao desmonte do Estado, à canonização das forças de mercado e à glorificação do processo de privatização. E que Tony Blair nada tem de anti-Thatcher, apesar de eleito pelo partido que fazia oposição a ela.

    O governo Blair tomou a decisão de criar os supersalários – que para padrões do Primeiro Mundo são menos super do que parecem – porque sentiu na pele os efeitos da evasão dos quadros mais qualificados. Enquanto os gigantes privados da economia contratam os melhores profissionais do mercado, pagando-lhes de acordo, o Estado dependia de velhinhos a um passo da aposentadoria ou de figuras dispostas a aceitar salários achatadíssimos.

    Como disse um dos ministros britânicos ao defender as novas tabelas salariais, a máquina estatal inglesa precisa de gerentes. Igualzinho ao setor privado.

    Mais do que isso, tinha-se fun cionários mexendo com volume elevado de recursos e ganhando um infinitésimo do que perceberia em uma empresa privada.

    O governo inglês justificou os novos salários da seguinte forma: "O novo sistema está ligado explicitamente ao mercado para capacitar o serviço público a competir de forma mais eficaz na busca de talentos e para modificar e reter os quadros já existentes". Afinal, continua, "o serviço público vem encontrando dificuldades crescentes para atrair candidatos de boa qualidade do serviço privado para postos executivos e a remuneração é claramente um fator nesse sentido".

    É algo para se pensar do lado de cá do Atlântico, especialmente em países hoje siderados por palavras como privilégio, usadas a torto e a direito pelas autoridades de plantão. Atribuía-se a prefeito tucano, aliás pessoa de irrepreensível biografia e infelizmente falecido, a frase irônica "governar é maltratar o funcionalismo". Logicamente ele jamais disse isso, só que tem gente achando que não só o prefeito, mas muito figurão tucano pensa assim.

    Curiosamente, disseminou-se entre o tucanato e assemelhados o hábito de parafrasear o setor privado, aplicando ao serviço público os termos incorporados à cultura empresarial. Coisa como chamar de gerentes os responsáveis pelos programas de investimento.

    Ótimo. Mas já que se quer fazer como a matriz, como os primeiros iluminados a descobrir as delícias da globalização e privatização, seria melhor que se adotasse o figurino pleno. Por exemplo, pagando a gerentes o salário de gerente e não de peão.


    Colunistas

    CLÁUDIO HUMBERTO

    O curso incompleto de Serra
    Ao contrário do que o presidente Fernando Henrique afirmou ontem em Recife, o ministro José Serra nem é médico nem economista. Não é sequer engenheiro – o único curso que fez, mesmo assim por quatro anos, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, de 1960 a 1964, segundo o currículo do presidenciável tucano no site do Ministério da Saúde. Como Lula, o ministro não tem graduação universitária formal.

    Dois pesos
    O PT de Arroio do Sal, no Rio Grande do Sul, impõe uma condição para quem desejar disputar um mandato de vereador pelo partido: ensino fundamental completo, no mínimo. Já para presidente da República...

    Obedece quem tem juízo
    O novo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo, João Roberto (Bob) Vieira da Costa, tem despachado duas ou três vezes por semana com o ex-chefe, José Serra, no Ministério da Saúde.
    Das duas, uma: ou Bob continua assessor do presidenciável tucano ou Serra já assumiu o lugar de FhC e ninguém ficou sabendo.

    Veto no PT
    Ex-diretor da Petrobras e atual secretário do governo de Zeca do PT no Mato Grosso do Sul, Delcídio do Amaral enfrenta dificuldades para virar candidato petista ao Senado. Há três representações contra sua filiação. A deputada Ideli Salvatte (SC) lembra irregularidades na estatal Eletrosul e dois grupos “autênticos” acham que ele nada tem a ver com o PT.

    Vingança maligna
    A esquerda pernambucana está criando dificuldades para impedir a reeleição do senador Roberto Freire (PPS) – nome que parece mais simpático aos conservadores ligados ao vice-presidente Marco Maciel e ao governador Jarbas Vasconcelos. Tanto o PT do prefeito João Paulo quanto o PSB de Miguel Arraes querem Freire derrotado e esquecido.

    Pensando bem...
    ...se correr, o bandido pega, se ficar o bandido seqüestra.

    A CPI que resolve
    Circula nas ruas de São Paulo um furgão com a inscrição “CPI Saneadora”, prometendo combate “a ratos e cupins”. Para que ninguém imagine tratar-se de brincadeira, o telefone dessa CPI é (11) 5819-5848.

    Repeteco paraibano
    O governador da Paraíba, José Maranhão (PMDB), que foi campeão de votos em 1998, quer repetir a dose e se transformar no senador mais votado do País, em 2002. Ele teve 87% dos votos há quatro anos, e hoje conta com 86% de aprovação, segundo a sua assessoria.

    Vida de cão
    Antoine Medawar, autor de Reflexões sobre a moralidade burguesa (Ed. Alfa Omega, SP), entre outros, morre de câncer generalizado em casa, aos 82 anos. Doente e sem recursos, foi expulso em fase terminal do Hospital da Universidade Federal do Paraná. O hospital é público, a desumanidade notória. Como a mercantilização da medicina.

    TV de risco
    Diante de certos políticos no horário eleitoral gratuito, o telespectador deveria usar colete à prova de balas.

    Na hora certa
    A Federação Nacional dos Policiais será a única entidade sindical policial participando do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Em “Polícia Cidadã” serão discutidos o descaso do governo e sua interferência nas investigações, “além da má gestão do diretor Agílio Monteiro” na Polícia Federal, que acumula dívida de R$ 50 milhões.

    Luz não é mercadoria
    Seminário hoje, às 19h, no Sindicato dos Engenheiros de SP, avalia as mudanças no setor elétrico, após as 18 medidas anunciadas para revitalizar o setor. O tal “seguro de energia” é um dos pontos polêmicos, além da manutenção do ONS e o MEA como empresas privadas, se o governo quer assumir o controle. Informações (11) 3113-2650.

    Finalmente...
    ...o que é bom para o Brasil é bom para os EUA. O vice de Bush, Dick Cheney, não apresentará ao Congresso os documentos provando reuniões entre o governo e os chefões da Enron.

    Estou fora
    O presidente do STF, Marco Aurélio Mello, não recebe mais apelos para que os bancos não derrubem o Código de Defesa do Consumidor. O e-mail dele está bloqueado, denuncia o Relatório Alfa, autor do manifesto. Foi aconselhado a parar. Internautas indignados devem insistir pelo fax (61) 217- 4020, ou com o ministro Carlos Velloso ([email protected]).

    Segurança ameaçada
    O Sindicato dos Policiais Civis do Rio luta pela posse dos 1.148 inspetores e 414 oficiais de cartórios, aprovados no último concurso. O Sindipol denuncia uma carência de 14 mil servidores. Tem hoje 9.500.

    Poder sem Pudor

    O estilo de Chatô
    Assis Chateaubriand sabia obter dinheiro de quem o tinha. Certa vez, já embaixador em Londres, veio ao Brasil e arrancou num banco 5 milhões de cruzeiros para os Diários Associados. Era muito dinheiro. À saída, relatou Emil Farhat em Histórias Ouvidas e Vividas (Scrinium, SP, 1999, 295 p.), encontrou o cientista Mário Kroeff, que liderava o esforço para erguer o Instituto do Câncer e se queixava da falta de dinheiro.

    – Cadê aquele cheque? – perguntou Chatô a Martinho de Luna Alencar, o assessor que o acompanhava, e entregou o valioso documento ao filantropo. Depois pegou no braço do atônito Alencar e o tranqüilizou:
    – Vamos arranjar outro cheque, em outro lugar...


    Editorial

    ACAMPAMENTO ESTRANHO

    Os cerca de 500 sem-teto que ficaram acampados em frente à Câmara Legislativa durante três meses não se conformam em terem sido desalojados de lá. Para eles, é muito natural que o gramado de um legislativo se transforme em acampamento. Mas o mais grave não é isso: muitos dos sem-teto simplesmente têm teto, o que ficou provado por entrevistas dadas por alguns acampados. Outro fato que chamou a atenção é que vários sem-teto tiraram seus pertences do acampamento com carros particulares, anunciando que apenas iam deixar as crianças em casa.

    Há déficit de moradia não só no DF, mas em todo o Brasil. Há muita gente que não tem onde morar. Mas a indústria dos sem-teto, parente próxima da indústria da invasão, acaba por comprometer toda a luta (justa) dos que verdadeiramente precisam de um local para viver e criar seus filhos, ao promover um acampamento encomendado, repleto de pessoas que não apenas têm lugar para morar, mas possuem carros.

    É estranho também que a Câmara Legislativa tenha demorado três meses para pedir a remoção do acampamento. Esse tipo de tolerância só serve para criar ilusões para os bem-intencionados e aumentar o cacife político dos que vivem de promover invasões e acampamentos na cidade.


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    01/29/2002


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