PROBLEMA REGIMENTAL ADIA VOTAÇÃO DO ORÇAMENTO PARA PRÓXIMA SEMANA



resso, AntonioCarlos Magalhães, adiou para a próxima quarta-feira (dia 12) a votação do orçamentoda União para este ano, aceitando uma questão de ordem levantada pelo líder do PT naCâmara, deputado Aloysio Mercadante (SP), no início da sessão conjunta de deputados esenadores, convocada para tratar do projeto orçamentário. Mercadante argumentou quealgumas alterações feitas no projeto de orçamento só foram entregues na tarde de ontem(dia 5), não tendo sido publicadas em avulsos, como manda o regimento interno.
O orçamento que o Congresso votará é um substitutivo apresentado pelo relator-geral,deputado Carlos Melles (PFL-MG), já aprovado pela Comissão Mista de Planos, OrçamentosPúblicos e Fiscalização. A comissão concordou em aumentar em 83,4% os investimentosque o Executivo deverá realizar neste ano. Os deputados e senadores discordaram daproposta do presidente da República de investir neste ano R$ 6,8 bilhões e acrescentaramoutros R$ 5,7 bilhões para obras de infra-estrutura e programas de saúde, agricultura eeducação. Com as alterações, o total de investimentos passou para R$ 12,5 bilhões.
A Comissão de Orçamentos, presidida pelo senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) corrigiuem 3,29% a previsão de arrecadação tributária federal para 2000 que constava doprojeto original do governo. O relator-geral argumentou que o governo não haviaconsiderado o aumento da inflação no segundo semestre do ano passado (o projeto deorçamento foi enviado ao Legislativo no dia 31 de agosto de 1999).
Além disso, os deputados e senadores decidiram usar R$ 513 milhões da reserva decontingência e outros R$ 304 milhões das multas que o DNER aplicará neste ano. Noorçamento original, a equipe econômica não previa o uso do dinheiro dos programas defiscalização do DNER nas rodovias federais. No final, com as mudanças, a previsão dearrecadação federal subiu de R$ 229,2 bilhões para R$ 236,7 bilhões, enquanto asdespesas aumentaram de R$ 200,7 bilhões para R$ 207,4 bilhões.
Os estados foram os grandes beneficiados com o aumento de receitas aplicada pelo Congressoao Orçamento, pois receberão em transferências constitucionais R$ 1,5 bilhão além doprevisto pelo governo. Os parlamentares usaram parte da receita adicional em emendas (R$4,1 bilhões), destinando outra uma parcela no aumento do superávit primário das contasfederais (exclui gastos com juros da dívida pública).
Os parlamentares mantiveram o superávit primário federal em 2,6% do PIB, como determinaa Lei de Diretrizes Orçamentárias, ou seja, haverá uma sobra entre receitas e despesasde R$ 29,3 bilhões, dinheiro que será usado parcialmente pelo governo em amortizaçõesde sua dívida. O projeto prevê que o Executivo gastará R$ 55 bilhões no pagamento deamortizações de dívidas, usando basicamente recursos do Tesouro (R$ 21,6 bilhões) e davenda de empresas estatais (R$ 20,3 bilhões), conforme o relatório-geral apresentadopelo deputado Carlos Melles.
A Comissão de Orçamentos não mexeu na parte que trata de dívida pública e gastos comjuros. Assim, o estoque da dívida pública federal estará em 31 de dezembro próximo emR$ 553,7 bilhões, sendo R$ 440,2 bilhões no mercado interno e R$ 113,5 bilhões noexterior. A dívida interna em títulos estará em dezembro próximo em R$ 411,8 bilhões,mas nem tudo estará no mercado – uma parte deverá estar nas mãos do Banco Central.
O gasto bruto do governo federal com o pagamento de juros ficará neste ano em R$ 78,1bilhões, conforme a previsão orçamentária. Descontados os juros que a União receberáde empréstimos concedidos, o gasto líquido cairá para R$ 25,8 bilhões.

06/04/2000

Agência Senado


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