Problemas no monitoramento de aeronaves podem ser causados por radares, diz especialista em aviação



Ao responder a questionamento do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, nesta terça-feira (12), Cláudio Carvas, diretor da Atech Tecnologias Críticas, empresa responsável pelo software de controle de vôo usado no Brasil, sugeriu a possibilidade de que alguns dosproblemas atribuídos pelos controladores de vôo ao software sejam, na verdade, originados por falhas nos sensores de radares.

De acordo com Cláudio Carvas, más condições meteorológicas e até mesmo tetos metálicos de galpões podem produzir nas telas de monitoramento informações de pistas duplicadas, ou seja, de duplicação de aeronaves. Outros problemas do software apontados pelos controladores foram a geração de informações imprecisas e sinais fantasmas.

- Isso acontece em qualquer lugar do mundo. Temos ciência de que cada informação de pista falsa é uma característica do sensor radar- disse Cláudio Carvas.

O especialista admitiu a hipótese da existência de pontos cegos na cobertura de radar do território nacional. Ele observou, porém, que o sistema Cindacta 1, por exemplo, não tem o número máximo previsto de 32 radares, havendo assim capacidade do sistema de ampliar a densidade de cobertura.

Ele informou ainda que recentemente os radares de fabricação francesa em uso no Brasil passaram por um processo de modernização completa, que manteve apenas a antena do equipamento antigo, tendo sido a parte eletrônica totalmente modificada.

Cláudio Carvas manifestou-se favoravelmente à implantação no país de um sistema de controle do tráfego aéreo via satélite. Segundo ele, o monitoramento de aeronaves por satélite deverá eliminar as falhas de comunicação devidas, por exemplo, a sotaques de controladores ou dificuldades com idiomas estrangeiros.

Privatização

Na mesma reunião da CPI, o consultor de aviação Rubens Teixeira Alves defendeu a privatização de aeroportos industriais brasileiros. Disse ser o caso do Aeroporto de Confins, próximo a Belo Horizonte. Ele também se disse a favor da implementação de Parcerias Público Privadas (PPPs) na gestão dos aeródromos nacionais economicamente viáveis.

Rubens Teixeira Alves considerou insuficientes os recursos de R$ 3 bilhõesprevistos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para melhorar a infra-estrutura aeroportuária do país. Ele concordou com estudo da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que calcula em R$ 6,5 bilhões o montante necessário para os investimentos no setor.

Já o comandante Jéferson Vaz de Oliveira, especialista em aviação, protestou contra prejuízos sofridos pelas empresas de táxi aéreo devido a gasto excessivo de combustível em função dos congestionamentos nos principais aeroportos do país, que obrigam os aviões a permanecerem voando até que haja vaga para pousar.

12/06/2007

Agência Senado


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