Relator admite que será difícil construir acordo



O deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da CPI dos Correios, disse nesta terça-feira (4) que embora ainda espere um entendimento com os governistas sobre os pontos do relatório final da comissão em que há divergências, antes da votação do texto e dos votos em separado, considera muito difícil um acordo. A votação, prevista para esta terça, foi adiada para quarta-feira (5).

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- Será uma vergonha se não aprovarmos um relatório - alertou Serraglio.

O PT divulgou hoje seu chamado "relatório paralelo", ou "substitutivo global", questionando, por exemplo, a existência do "mensalão" e a sugestão de indiciamento dos ex-ministros José Dirceu e Luiz Gushiken por corrupção ativa. O texto ainda inclui as empresas do Grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, como fontes do chamado "valerioduto" e parte do princípio de que o esquema de utilização de recursos de "caixa dois" intermediados pelo publicitário Marcos Valério teve origem em Minas Gerais, em 1998, na campanha do hoje senador Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo do estado.

Serraglio não considerou correto, no entanto, que o PT tenha apresentado o seu voto em separado valendo-se do seu relatório, sem especificar que pontos exatamente estava alterando.

- Retiraram umas 700 páginas do meu texto, mas não há uma vírgula para eu saber onde foi modificado, que capítulos foram alterados. Espero que isso não seja uma armadilha - disse ele.

O relator disse que os assessores da comissão ainda estariam analisando o voto em separado proposto pelo Partido dos Trabalhadores e que não se opunha, por exemplo, às sugestões referentes ao Opportunity. Ele observou, no entanto, que as sugestões relativas ao "mensalão" estão todas "truncadas".

- Eu sei o que escrevi. Não adianta propor sustentações na base do "oba-oba" - avisou Serraglio.

O deputado Maurício Rands (PT-PE), relator-adjunto da CPI e encarregado de consolidar o texto do PT, esclareceu que o documento do partido faz "complementações importantes", sem deixar de considerar os pontos positivos do texto de Serraglio.

-Entendemos que um relatório frágil, com imprecisões técnicas, pode favorecer a impunidade - afirmou.

Rands declarou, no entanto, que a CPI deve se empenhar para que prevaleça um texto único.

- Se não for possível, a sociedade, ao menos, vai ter tido conhecimento das duas propostas - disse.



04/04/2006

Agência Senado


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