Subprocurador acusa Caixa e AGU de omissão



Em depoimento nesta quinta-feira (27) à Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, o subprocurador-geral da República Moacir Guimarães Morais Filho disse ter estranhado que tanto a Caixa Econômica Federal como a Advocacia-Geral da União tenham se "omitido" na tentativa de reverter decisões judiciais contrárias à Caixa e em favor da multinacional Gtech, entre 2002 e 2003. Ele estimou que o que chamou de"acomodação" daqueles dois órgãos federais tenha causado prejuízo aos cofres da Caixa no valor de R$ 235 milhões.

A líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), observou, entretanto, que todo o serviço jurídico da Caixa, no mês em que o subprocurador foi designado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) para acompanhar o caso Caixa x Gtech (dezembro de 2002), ainda estava sob o comando do governo passado. Portanto, ressaltou, qualquer ilação a respeito de supostas "acomodações" da atual gestão não pode ser aceita.

Moacir Filho admitiu, por outro lado, que a Caixa lutou para não renovar por 25 meses, em abril de 2003, o contrato com a Gtech no valor de R$ 650 milhões. A multinacional operava todo o sistema lotérico do país desde 1995, incluindo impressão de jogos e rateio de prêmios. O subprocurador salientou que a Caixa desejava quebrar o monopólio da multinacional e realizar pregões, com o objetivo de fracionar os serviços. Mas, observou, sempre foi impedida de tornar o sistema lotérico aberto ao mercado, diante da concessão, pela 17ª Vara Federal, com sede em Brasília, de uma série de liminares favoráveis à Gtech. As liminares - num total de 17 - foram concedidas pela juíza Marisa Giudice, que já se encontra aposentada.

No ano passado, a CPI havia aprovado, por unanimidade, a convocação da juíza, bem como as quebras de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. O Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, concedeu à juíza habeas corpus sustando tanto a convocação como a quebra dos sigilos. A senadora Ideli Salvatti chegou a defender pedido de nova convocação da juíza, já que ela se encontra aposentada, bem como a de Dalide Corrêa, que antes da posse do atual governo respondia pela superintendência jurídica da Caixa.

O comendador

Uma subcomissão, composta por seis senadores e chefiada pelo senador Romeu Tuma (PFL-SP), irá a Mato Grosso ouvir o contraventor João Arcanjo Ribeiro, o Comendador, que se encontra preso. Ele á acusado, entre outros crimes, de homicídio e lavagem de dinheiro. A CPI dos Bingos tem indícios de que ele pode ter ligações com a morte do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel, assassinado em 2002.



27/04/2006

Agência Senado


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