Suplicy anuncia carta ao presidente Lula em defesa do asilo político para Cesare Battisti



Durante a sessão especial comemorativa dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) anunciou que enviou carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro da Justiça, Tarso Genro, manifestando apoio ao pedido de asilo político para o italiano Cesare Battisti. Suplicy disse que a escritora francesa Fred Vargas, presente em Plenário, estava no Brasil para mostrar às autoridades do Ministério da Justiça documentos em favor de Cesare Battisti.

Suplicy apresentou a escritora Fred Vargas ao ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, que acabara de fazer um pronunciamento na tribuna. Fred Vargas, sua irmã Joëlle e seu filho Baptist, presentes à sessão, desejavam cumprimentar o ministro, segundo o senador. Suplicy disse que a anistia a Cesare Battisti está de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos e com o espírito de reconciliação da verdade.

Já os senadores Mão Santa (PMDB-PI) e Heráclito Fortes (DEM-PI) afirmaram durante a sessão que a OAB do Piauí havia produzido um documento com denúncias de violação dos direitos humanos por parte do governo daquele estado, que hoje é exercido por um filiado ao PT.

Heráclito Fortes e Mão Santa também criticaram a atitude do governo Lula do devolver a Cuba os lutadores de boxe Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux, que tentaram ficar no Brasil por ocasião dos Jogos Panamericanos. Heráclito disse que uma cubana (o nome dela não foi citado pelo senador) que morava há cerca de 20 anos no Brasil foi presa em Goiânia recentemente e devolvida a Cuba.

Ao falar pelo PSB, o senador Renato Casagrande (ES) disse que o sistema capitalista, da forma como se desenvolve atualmente, "leva a prejuízos enormes com relação à degradação dos direitos humanos". Ele acrescentou que, na Assembléia Geral do Parlamento Latino Americano (Parlatino), recentemente, a questão da migração foi destaque.

Casagrande defendeu a realização, pelo Congresso Nacional, de um debate sobre as novas leis de migração aprovadas nos Estados Unidos e na União Européia.

- Cada país deve ter sua legislação, mas sem ferir a Declaração Universal dos Direitos Humanos - disse o senador.

Por sua vez, a senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) celebrou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, lembrando que a cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, libertou os seus escravos cinco anos antes da Lei Áurea. Na mesma cidade, a professora Celina Viana foi a primeira mulher brasileira e da América Latina a votar, acrescentou Rosalba Ciralini. A senadora destacou a importância da proteção às crianças para garantir a defesa dos direitos humanos.



17/12/2008

Agência Senado


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