Suplicy quer asilo político para Cesare Battisti



Em pronunciamento nesta quinta-feira (18), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) destacou que o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) - órgão vinculado ao Ministério da Justiça - deve decidir brevemente se concede asilo político para o italiano Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua em seu país pelo assassinato de quatro pessoas. O parlamentar leu artigos em defesa do italiano.

Primeiramente, Suplicy leu artigo do professor e jurista Dalmo de Abreu Dallari, segundo o qual Battisti sempre negou os crimes pelos quais foi condenado à revelia, sem direito de defesa. O jurista lembrou que a Constituição brasileira proíbe a extradição de estrangeiros por crime político.

O senador também leu carta da historiadora e escritora francesa Fred Vargas, na qual ela afirma que Battisti "jamais foi submetido a um julgamento regular e imparcial por um tribunal italiano ou pela Corte Européia". A missiva foi encaminhada ao editor da revista Carta Capital, Mino Carta, como direito de resposta a dois artigos publicados pelo colunista e ex-secretário nacional antidrogas Walter Maierovitch, nos quais este defende a extradição do italiano.

Battisti pertenceu, entre 1977 e 1978, ao grupo Proletários Armados para o Comunismo (PAC). Condenado, em 1981, a 12 anos de reclusão por pertencer a grupo armado, fugiu da prisão em outubro deste ano, exilando-se primeiramente na França e depois no Brasil. Foi posteriormente acusado dos homicídios pelo ex-chefe do grupo, Pietro Mutti, e condenado à prisão perpétua com base nessas acusações. De acordo com Fred Vargas, as denúncias de Mutti não têm sustentação.



18/09/2008

Agência Senado


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