Valadares pede políticas urgentes para preservação de recursos hídricos



O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) fez coro com o discurso do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban-Kii Moon, que neste Dia Mundial da Água, pediu urgência na adoção de políticas públicas de preservação de nascentes e fontes de recursos hídricos e na adoção do saneamento básico como prioridade número um pelos países integrantes da instituição.

Valadares apresentou dados segundo os quais, no Brasil, poucas indústrias adotam o sistema de reuso de água e não chegam a 30% os que utilizam a política de racionalização do uso da água; na irrigação agrícola, as perdas chegam a 40%, em consequência de vazamentos, equipamentos obsoletos, e falta de técnicas apropriadas de plantio para prevenir a evaporação da água.

- Defendemos mais ênfase nas políticas públicas voltadas para os problemas aqui mencionados - disse o parlamentar.

Valadares manifestou o seu apoio à proposta do secretário-geral da ONU sobre a necessidade de serem aplicadas sanções aos industriais que poluem nascentes e mananciais de água; e aos agricultores que poluem recursos hídricos com pesticidas, além de ações de combate ao desperdício. Por outro lado, disse Valadares, o secretário também apontou a importância de premiar iniciativas de reutilização da água, de prevenção à poluição e implantação de saneamento básico.

Desde 1993, por ocasião da ECO-93- Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, no Rio de Janeiro, já havia previsão de escassez de recursos hídricos a partir de 2025, com dois terços da população mundial vivendo em regiões com carência de água doce de qualidade. Também o Banco Mundial, acrescentou o parlamentar, previu para 2030 a redução da oferta hídrica em 40%, se não forem adotadas políticas públicas eficientes.

- O problema é ainda mais complicado se levarmos em conta que até 2050 a população mundial deverá crescer em quase 3 bilhões de habitantes e a urbanização continuará explodindo. Se somarmos aos atuais 6,7 bilhões, chegaremos aos quase 10 bilhões de habitantes em nosso planeta - disse.

Para o parlamentar, mais que uma crise de água essa será uma crise ambiental em todos os níveis, que interferirá nas relações entre os homens, podendo provocar guerras. No Brasil, na Região Norte, onde se concentram 80% das reservas de água doce, disse, é crescente a contaminação das águas, em Manaus e Belém, pela extração mineral e pelo lançamento de esgotos e pelas graves deficiências das estruturas de saneamento básico.



22/03/2010

Agência Senado


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