A ALEMANHA ATUAL E O NOVO PORVIR
(Dorival Ari Bogoni)
A ALEMANHA ATUAL E O NOVO PORVIR
A Alemanha voltará a ser em breve a locomotiva do desenvolvimento e a
líder do continente Europeu. A reunificação ocorrida em 1990 enterrou de vez a
herança trágica da velha geração e trouxe pela primeira vez a paz de espírito à
Nação. A nova realidade fez renascer a energia inovadora do povo germânico.
Importante sentir in loco. Longe está o remorso alemão com as
Grandes Guerras. A derrocada da União Soviética e a queda do Muro de Berlim
concretizaram o surgimento da República Federal da Alemanha e viabilizaram a
sua reunificação, ainda em curso no presente. Hoje cada cidadão faz a sua parte
na reconstrução do País, sem reclamações ou lamentações.
O século XXI, antecedido por século particularmente sanguinário e cruel,
mostra que lições foram assimiladas dos próprios erros. A Alemanha, amadurecida
e consciente de seu potencial, retoma a vanguarda das transformações. Um porvir
promissor!
Os desafios atuais ainda trazem cicatrizes indeléveis do passado
recente. Para os alemães, a guerra está terminando gradualmente. Berlim que o
diga. Ainda estão presentes as feridas em seu seio: pontos de controle; partes
do muro da vergonha; o refúgio de Hitler; a catedral em ruínas, intocada como
testemunho às futuras gerações.
O cenário urbano fervilha em renovação. O rural voltara ao labor de
sempre, com persistência deste povo culto, criativo, destemido e determinado.
A injeção de um trilhão e duzentos bilhões de euros dos ocidentais, após
a reunificação, o equivalente a um PIB brasileiro, para modernizar e reconstruir
a parte oriental, reduziu o desequilíbrio provocado pelo gerenciamento
comunista.
Inexplicável e incompreensível o porquê do silêncio e inexistência de estudos
e avaliações envolvendo órgãos públicos ou privados, nacionais e
internacionais, sobre os sistemas políticos e seus resultados, após o
emblemático embate que levou o mundo à bipolaridade.
Este fenômeno político-social ainda presente e atual, testemunha de
dois sistemas antagônicos, mereceria mais atenção. Laboratório psicossocial
único e precioso no coração da Europa, a disposição da humanidade, vai se
perdendo aos poucos. Onde ficaram as
maravilhas, sonhos acalentados, resultados tão propagados?
Dar testemunho e legar é preciso, em respeito aos sofrimentos, privações
e milhões de vidas, causados por líderes fanáticos e regimes onipotentes e
totalitários. As futuras gerações precisam saber e agradeceriam!
Questionamentos clamam por respostas. Silêncio não!
Os princípios de análise são incontestes. O povo alemão ocupando mesma
área geográfica, com níveis de cultura, riqueza, desenvolvimento, hábitos e
costumes idênticos, na mesma época, é repentinamente dividido. A parte rotulada
socialista é isolada, impelida a viver no paraíso, a passar por experiências
que o Estado apregoa serem as ideais à construção de uma sociedade igualitária
e justa. A outra metade segue seu destino histórico. Mantém-se aberta, liberal,
convive em classes sociais harmônicas, opta pelos valores democráticos.
Após meio século de experiências os resultados estão à disposição da
humanidade. Cadê os politicamente corretos, os pregadores ideológicos, para divulgar
suas conclusões?
Esperemos a verdade com o tempo!
A queda intempestiva do muro não seria a única surpresa. Viriam muitas,
na medida das realizações, sonhos desfeitos, ilusões e frustrações que a vida
reserva a cada ser humano e a cada povo. Ouvir os que tentaram fazer história a
seu modo, como se a história lhes pertencesse; os vitoriosos e derrotados, os líderes
idolatrados, os que se prestaram de massa de manobra, de súditos, de bucha de
canhão; bradar pelos que pereceram em campos de concentração ou viraram
estatísticas.
A esquerda de todos os matizes tem a preferência da palavra. Espera-se
a verdade, somente a verdade. Sem máscaras e em tempo hábil ... antes que a
história se repita!
Alerta Brasil! Alerta América Latina!
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