O Perfume - História de um Assassino
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Antes de escrever a minha opinião sobre este filme quero partilhar o seguinte: Eu gosto muito de ler e de cinema (e televisão). São para mim formas de expressão artisticas independentes, tendo cada uma as suas forças e fraquezas. Compreendo as dificuldades que existem em adaptar um livro para o cinema (ou mini-série) e contá-lo em poucas horas, e cada um de nós que lê um livro, "vê" a história de formas distintas, conforme a sua vivência, a sua perspectiva do mundo, os seus gostos pessoais. Nunca um filme poderá satisfazer todas essas interpretações parciais de um livro, excepto a do realizador.
Ontem à noite estive a ver "O Perfume - História de um assassino", baseado no romance com o mesmo nome.
Sabia que, se seguisse o livro à risca (como aconteceu) a história não seria nada de estraordinário (como não o foi). No entanto dei por mim a ficar positivamente surpreendida com a bela fotografia e os fantásticos cenários (iguais como eu os tinha imaginado).
Eu quando li o livro não "senti" os cheiros nem senti inundada por aquele mundo e aquela época, achei no entanto que era muito rico a nível de descrições visuais e o filme traduziu-as na perfeição (e a minha imaginação também).
Outro ponto a favor do filme foi que não teve a pretensão de nos fazer odiar o nosso assassino. Pelo contrário, o actor fez um trabalho fantástico em torná-lo humano e o produto da sua educação, isto é, a sua falta. É fantástico ver a sua surpresa quando percebe que matou a rapariga dos damascos.
Outra surpresa, que ao início não me agradou nada, foi ver o Dustin Hoffman como o mestre perfumeiro do nosso assassino. Não me agradou porque adoro o Hoffman como actor e esta era uma personagem oportunista e detestável. Fê-lo de uma forma muito boa, não caíndo no exagero da comédia e dando-lhe um ar credível. Ah, e a ponte onde estava a perfumaria, está tal e qual como a minha imaginação a criou. Fantástico!
O filme foi muito fiel à história, tendo inclusivé tempo para mostrar todas as mortes que este assassino fez e o delicado ritual de lhes retirar/capturar o cheiro das raparigas. Fiquei também surpreendida por ver o Alan Rickman como pai da ruiva Laura, acabando por dar um colorido interessante a uma personagem secundária.
Para quem nunca leu o livro, na minha opinião, não vale a pena. Ou a tradução portuguesa é fraca ou simplesmente o original é mesmo chato. De qualquer forma, basta ver o filme para matar a curiosidade e poupar-se-á a uma escrita desinteressante. O filme cobre todos os pontos da história e tem cor e banda sonora.
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